Se existe alguém capaz de integrar a equipa do “não há impossíveis” na Taça de Portugal, Ricardo Sousa era um deles. E com direito a 10, na camisola e no campo, para ter a margem para mostrar um pé esquerdo que não teve o currículo do pai António mas que nem por isso deixou de fazer a sua história. Foi esta a dupla que, em 1999, se tornou protagonista da final mais atípica das últimas décadas e que terminou com o triunfo por 1-0 do Beira-Mar frente ao Campomaiorense na edição que já não contava com “grandes” nos oitavos. Agora, o antigo médio internacional tentava escrever outro capítulo mas como treinador principal. E se há mais de duas décadas a missão foi complicada, agora tornara-se quase impossível após o 0-3 na primeira mão. Quase porque, para Ricardo Sousa, as contas eram literalmente outras até ao final da temporada.
“Pressinto que temos pela frente mais seis jogos antes da época terminar mas aquilo que mais quero é que os meus jogadores possam desfrutar de uma meia-final de uma das competições com mais carisma em Portugal. Sabemos que o estádio vai estar cheio e essa será para nós uma responsabilidade acrescida. Tudo faremos para honrar o emblema que trazemos ao peito e deixar os sócios e simpatizantes felizes. Para aqui chegarmos foi preciso muita superação, resiliência e coragem para competir segundo uma ideia que seguimos desde o primeiro dia. Ver que os jogadores deram o melhor de si, é um orgulho. O sonho comanda a vida e o nosso não termina aqui”, garantia Ricardo Sousa, projetando uma reviravolta que seria histórica na Taça.
Uma coisa era certa: a 82.ª edição da Taça de Portugal iria ter o quinto estreante do século XXI, depois de União de Leiria (2003), P. Ferreira (2009), Desp. Chaves (2010) e Desp. Aves (2018, neste caso com vitória frente a um Sporting a viver os dias pós invasão à Academia). E o Tondela, até por estar no escalão principal e beneficiar de uma vantagem de três golos, não queria desperdiçar a oportunidade de uma vida.
“Cabe-nos preparar o jogo de forma a pensarmos no que temos de fazer e como fazer para não darmos chances ao Mafra de acreditar que pode estar na final. Reparámos que o Mafra fez algumas alterações, inclusive na forma de jogar, e estão a preparar naturalmente este jogo com todo o cuidado, como seria normal. Eles vão pressionar muito, ao detalhe. Mas queremos demonstrar claramente que não é um acaso estar nas meias-finais. Este é um momento ímpar na vida do Tondela. Os jogadores podem colocar a letras douradas o seu nome na história deste clube e que pode não ficar por aqui. Esta pode ser a primeira vez e eles têm a noção clara desse feito histórico que pode acontecer”, tinha pedido Nuno Campos, técnico dos beirões que curiosamente só entrou no conjunto beirão depois da primeira mão com Pako Ayestarán.
No final, o Tondela lá conseguiu aguentar a vantagem na eliminatória e consequente passagem à final da Taça de Portugal. No entanto, e ao longo de quase todo o encontro, o Mafra foi melhor e podia até ter levado mais longe a hipótese de reviravolta caso não falhasse uma grande penalidade no início da segunda parte que daria o 2-0, caindo com uma excelente imagem numa época histórica onde chegou às meias.
???????? Mafra ???? Tondela
Grande noite do Mafra esbarrou no gigante Babacar Niasse ????????, que até um penálti defendeu ⭐️#TacadePortugal #CDMCDT #RatersGonnaRate pic.twitter.com/u6nmKbLhnl
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A partida com casa cheia começou com o Mafra a assumir maior iniciativa de jogo mas a ser apanhada em algumas transições pelo Tondela, que jogava a primeira parte com o forte vento a favor. A equipa da casa teve as suas aproximações, os visitantes conseguiram as suas oportunidades mas o nulo foi imperando até muito perto do intervalo, altura em que Pedro Pacheco aproveitou um canto batido na esquerda por Francis Cann para cabecear picado e sem hipóteses para Niasse (45′). Ainda antes do descanso houve mais uma ameaça desviada por um defesa dos beirões mas estava dado o mote para aquilo que poderiam ser 45 minutos para a história do conjunto da Segunda Liga. E o início comprovou essa mesma promessa… por metade.
⚽ GOLO
Pedro Pacheco 45'
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???????? INTERVALO | Mafra 1-0 Tondela
???? Mafra não se rende e está em cima dos beirões ????
???? Pedro Pacheco ???????? fez golo de cabeça que vai deixando homens da casa na frente#TaçadePortugal #CDMCDT pic.twitter.com/kO4Q6utw6R— GoalPoint (@_Goalpoint) April 20, 2022
Logo no arranque do segundo tempo, o Mafra teve uma grande penalidade a favor que podia deixar tudo pela diferença de um golo mas Pedro Lucas permitiu que Niasse travasse o castigo máximo (47′). O 2-0 não surgiu aí, não surgiu pouco depois num desvio de Gui Ferreira que saiu pouco ao lado (50′), não surgiu no minuto seguinte quando Pedro Lucas não conseguiu o último toque ao segundo poste (51′) e o Tondela conseguiu ganhar tempo para se reorganizar apesar de mais um susto que saiu pouco ao lado (65′). E foi no seguimento de mais uma grande defesa de Niasse para canto a cabeceamento de Pedro Lucas que os beirões conseguiram chegar ao empate, com Boselli a encostar sozinho na área após grande jogada de Ávilez (89′).
⚽ GOLO
Boselli 89'
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???????? FINAL | Mafra ???? Tondela
???? Beirões pela 1ª vez na final da #TaçadePortugal ????
???? Pedro Pacheco ???????? ainda deu esperança aos da casa
???? Niasse ???????? travou penálti, Boselli ???????? empatou perto do fim
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