O Chega pediu quarta-feira ao Governo que promova uma “política de apoio à família” e considerou que a diminuição da natalidade é “o verdadeiro desafio estrutural para a sustentabilidade do país”.

Em nome dos jovens, apresento aqui o pedido de que apostem verdadeiramente numa política de apoio à família, numa política de apoio à cultura da vida e que apoiem concretamente a habitação, que combatam a precariedade de emprego jovem e que combatam todos os atentados às mulheres e mães, quer do ponto de vista salarial, quer do ponto de vista da carreira”, afirmou a deputada Rita Matias numa declaração política na Assembleia da República.

A deputada dedicou a sua intervenção ao “inverno demográfico que avança de forma pandémica e que de forma galopante abala os pilares da sociedade” e considerou que “o declínio dos nascimentos nas maternidades portuguesas é o verdadeiro desafio estrutural para a sustentabilidade do país, para a preservação do nosso povo, da cultura e da identidade nacional”.

Rita Matias considerou que “as políticas públicas dos últimos anos são um atentado às famílias portuguesas”, apontando que “na hora de constituir família” os “portugueses não querem apenas abonos de 50 euros por mês e subsídios à moda clientelista socialista”.

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No que toca ao desafio demográfico, Rita Matias criticou que as “contas socialistas não são assim tão certas”, referindo que, “em cinco décadas, o número de nascimentos caiu para menos de metade e atualmente morrem mais pessoas do que as que nascem”.

“Bem se tentam misturar conceitos entre os saldos populacionais totais, naturais, migratórios, mas deem as voltas que quiserem dar, a quebra da natalidade é o verdadeiro flagelo das contas nacionais e é a verdadeira lupa que mostra uma sociedade que não tem visão estratégia de raiz capaz de pensar o país o médio e longo prazo”, argumentou.

A deputada, que é a mais jovem da bancada do Chega, indicou ainda que “30% dos casais em idade fértil não tem filhos mas gostava e sonhava vir a ter”, elegendo “como principal obstáculo e como obstáculo intransponível as dificuldades financeiras e a precariedade laboral a que estão sujeitos”.

Rita Matias defendeu que “os jovens não se conseguem estabelecer enquanto adultos independentes” e “são empurrados para a emigração porque em Portugal”, sendo que “só podem esperar condições de trabalho precárias, estágios não remunerados ou filas à porta do centro de desemprego”.

“É tempo de dizer chega a quem procura resolver o problema da natalidade com recurso à imigração, porque isto é apenas o suicídio assistido do nosso país”, afirmou.

Ao contrários dos outros partidos, a declaração política do Chega não teve pedidos de esclarecimento por parte de outras bancadas.