Investigadores ucranianos identificaram “mais de 8.000 casos” de alegados crimes de guerra desde o início da invasão russa, revelou a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, esta quinta-feira.

“Trata-se, na verdade, de 8.600 casos envolvendo apenas crimes de guerra e mais de 4.000 relacionados” com este tipo de crimes, disse Venediktova em entrevista à emissora de rádio e televisão alemã Deutsche Welle.

Estes alegados crimes incluem “a morte de civis, o bombardeamento de infraestruturas civis, tortura” e “crimes sexuais” relatados no “território ocupado da Ucrânia”, segundo a magistrada.

Também em investigação está “o uso de armas proibidas”, acrescentou a procuradora-geral, detalhando que as investigações estão a ser levadas a cabo por “mais de 8.000” pessoas no terreno.

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“Criámos uma equipa de investigação conjunta na plataforma da Eurojust [agência europeia de cooperação judiciária]. Outros 14 Estados abriram os seus próprios processos criminais relacionados com a agressão da Federação Russa”, sublinhou.

Os investigadores não podem viajar ainda para várias áreas do leste da Ucrânia, como Mariupol, Donetsk e Luhansk, mas para fazerem o trabalho podem “entrevistar pessoas que foram retiradas destes territórios”, explicou.

Os investigadores usam ainda “as ligações de rádio e áudio dos ocupantes” para identificar possíveis casos, concluiu Venediktova.