Dois historiadores polacos descobriram o significado de uma lista de nomes escritos na parede de uma mansão em Essex, no Reino Unido, há quase 80 anos. Os seis nomes pertenciam aos Cichociemni, uma força de elite de paraquedistas treinados para saltar sobre as linhas inimigas nos territórios ocupados pelas tropas nazis. Esta unidade de elite, embora pertencesse ao exército polaco, foi criada no Reino Unido e teve um total de 606 soldados.
Os seis homens permaneceram na mansão — conhecida na altura como Estação 43 — durante um curso intensivo de três meses, concluído a 12 de abril de 1944, conta o The Guardian.
Andrew Hann, historiador britânico, sabia da lista de seis nomes há vários anos, mas nunca tinha conseguido descobrir o seu significado. “Dois historiadores polacos vieram dar uma vista de olhos e o meu colega, Peter, mostrou-lhes a lista. Eles disseram ‘ oh, acho que sabemos o que é isto'”, explicou Andrew Hann ao jornal britânico. Os dois historiadores polacos confirmaram, com os dados que tinham disponíveis, que eram seis nomes referentes aos recrutas paraquedistas.
Neste grupo de seis militares que lutaram na Segunda Grande Guerra, encontravam-se Franciszek Socha, professor de 29 anos que tinha estudado na Universidade de Lviv e que foi largado no norte de França, e Jan Benedykt Różycki, um engenheiro civil de 43 anos fluente em cinco línguas e que foi largado na Polónia para fornecer mantimentos ao exército polaco.
Teodor Paschke, de 29 anos, já era oficial no exército polaco antes da guerra, Jósef Zbrzeźniak trabalhava numa gráfica e tinha 22 anos, e Karol Dorwski tinha 38 anos e era um conhecido ator polaco. Czesław Migoś era um sargento de artilharia de 23 anos que escapou da Polónia e que se juntou mais tarde às forças polacas em França, tendo sido enviado para o Reino Unido para mais treino militar.
Ao todo, 527 soldados da Cichociemni treinaram na mansão em Essex. Durante mais de dois anos, todos estes militares realizaram exercícios de guerrilha, com treino para táticas de sabotagem, reconhecimento ou microfotografia neste esconderijo. Além dos nomes gravados numa parede, os poucos vestígios que permitem identificar a casa com tendo sido um local de treino militar consistem num horário colado na parede de uma antiga sala de reuniões e etiquetas de munição encontradas dentro de um armário.