Youlia e Igor Khashin, o casal russo envolvido numa polémica entre a Associação dos Imigrantes de Leste Edinstvo e a Câmara de Setúbal sobre a receção de refugiados ucranianos, já tentou entrar no Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e em notários. A notícia está a ser avançada pela TSF.

Ambos tentaram trabalhar no SEF, mas chumbaram nos testes — embora tenham colaborado com o serviço através da Edinstvo, um vínculo que já foi cortado pelo SEF. Também fizeram testes para se tornarem colaboradores de cartório notarial, mas chumbaram por falta de conhecimentos sobre registo civil, conta a TSF.  Só depois é que Youlia Khashin começou a trabalhar na Câmara de Setúbal, que é comunista.

Após a eclosão da guerra na Ucrânia, Igor Khashin, que tem ligações à embaixada da Rússia e que mantém proximidade com o Kremlin, e a mulher começaram a receber ucranianos que fugiram Portugal através de uma linha de atendimento da Câmara Municipal de Setúbal. Mas pediram aos refugiados informações sobre os familiares que ficaram no país a combater os russos e fotocopiaram-lhes os documentos.

O caso dos refugiados ucranianos recebidos por russos em Setúbal (explicado em 17 respostas)

Mesmo nunca tendo entrado na estrutura do SEF, nem trabalhado num cartório, não há qualquer regra que impeça os dois russos de virem a entrar nesses serviços no futuro — nem a terem acesso a dados sensíveis, esclarece o bastonário da Ordem dos Notários, Jorge Silva, à TSF. “Naturalmente, cabe ao Governo português depois e, através dos órgãos competentes, alertar as várias instituições”, apontou.

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