Os importadores de trigo moçambicanos devem acelerar as compras para evitar escassez, devido à guerra entre a Rússia e Ucrânia, alertou a empresa Silos e Terminal Graneleiro da Matola (STEMA), entidade estatal que armazena cereais em Moçambique.

Neste contexto [de guerra], apelamos às moageiras para que utilizem os canais tradicionais e outros que conhecem para fazer as importações o mais rapidamente possível”, disse o presidente da STEMA, Arlindo Chilundo, citado hoje pelo diário Notícias.

Chilundo falava num encontro com deputados da Comissão do Plano e Orçamento (CPO) da Assembleia da República, durante uma visita que efetuaram às instalações daquela companhia.

Para evitar uma eventual escassez de trigo e consequente subida de preço dos derivados, como o pão, “o país tem de ter um maior stock, acrescentou.

Neste momento, prosseguiu, Moçambique ainda continua a receber importações de trigo correspondentes a encomendas feitas no último ano.

O nosso maior receio é que o impacto da guerra [entre a Rússia e Ucrânia] se reflita no próximo ano, visto que a produção, nesses países, está praticamente paralisada”, declarou o presidente da STEMA.

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Arlindo Chilundo assinalou que os dois países estão entre os maiores produtores de trigo do mundo.

A STEMA gere atualmente 27 silos com capacidade total de 45 mil toneladas.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro e a ofensiva militar provocou já a morte de mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A ofensiva militar causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.