A Taça de Inglaterra tornou-se uma miragem depois da derrota em Wembley frente ao Liverpool nas meias, a Liga dos Campeões tornou-se uma miragem após o desaire no Santiago Bernabéu com o Real Madrid nas meias, sobrava apenas a Premier League. O Manchester City prometia muito mas acabou por ficar limitado apenas a uma competição em abril. No entanto, pelo menos aí, dava cartas. Aliás, por cada jornada que ia passando tinha o condão de reduzir as esperanças do Liverpool. Mais do que três pontos, eram goleadas.

A seguir ao empate no Etihad Stadium com os reds, que manteve a margem pontual apenas num ponto, o Manchester City ligou a versão demolidora no plano ofensivo e foi atropelando todos os adversários que foi encontrando pela frente. Foi assim com o Brighton (3-0), foi assim com o Watford (5-1), foi assim com o Leeds (4-0), foi assim com o Newcastle (5-0), foi assim com o Wolverhampton (5-1), neste último caso já sabendo que o Liverpool tinha empatado em casa com o Tottenham. Além de manter a liderança, agora com mais três pontos, ganhava avanço na diferença de golos. Um percurso quase perfeito que tinha uma penúltima paragem de risco em Londres frente a um West Ham a tentar ainda chegar ao sexto lugar do Manchester United. E essa seria mesmo uma das paragens mais complicadas da prova.

O Manchester City entrou a assumir o jogo como se antevia, tendo Gabriel Jesus a tentar visar a baliza em bons trabalhos na área e Fernandinho a arriscar também a meia distância, mas bastou uma boa transição do West Ham para desmoronar a defesa do líder da Premier, com Jarrod Bowen a ser lançado da melhor forma na profundidade para bater Ederson (24′). Os citizens reagiram, mesmo sem a habitual clarividência ofensiva e sem o Kevin de Bruyne do costume, tiveram um remate de Gabriel Jesus a rasar o poste da baliza de Fabianski mas acabaram por sofrer um segundo golo em cima do intervalo, desta vez com Michail Antonio a receber de costas, a ver a entrada de Bowen e a assistir o inglês para o 2-0 (45′).

Havia surpresa a duplicar no Estádio Olímpico de Londres, com Pep Guardiola sentado a olhar para o jogo quase como se não acreditasse no que se estava a passar e logo num encontro decisivo para o título. Mas, ao intervalo, decidiu não mexer nos jogadores mas sim nas dinâmicas e sobretudo nas cabeças dos jogadores. Em dez minutos, e bastou isso, o encontro tinha mudado por completo. E o Manchester City, com mais eficácia, arriscava-se a ter dado a volta ao marcador: Jack Grealish reduziu num remate que desviou ainda num defesa contrário (49′), Gabriel Jesus ficou perto do empate, Fabianski também voltou a brilhar.

Estava tudo em aberto para uma parte final que prometia ser eletrizante perante a mudança de atitude dos visitantes, a jogar com muito mais velocidade, intensidade e mobilidade quando chegavam ao último terço. E Kevin de Bruyne ainda ameaçou também num livre direto que passou muito perto da trave. Depois, e em menos de dez minutos, o jogo partiu e mudou de vez: Bowen atirou às malhas laterais (61′), Antonio teve a capacidade de ler um passe errado de Fernandinho mas o chapéu a Ederson saiu ao lado (65′) e foi mesmo o Manchester City a chegar ao empate, num desvio infeliz de Coufal para a própria baliza (68′). O jogo estava de loucos, com oportunidades nas duas balizas e Mahrez falhou mesmo um penálti cometido por Coufal mas defendido por Fabianski (86′), não desfazendo o 2-2 que pode deixar o Liverpool de novo a um ponto antes da última ronda caso o conjunto de Jürgen Klopp vença o Southampton.

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