A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zakharova, disse, esta quarta-feira, que a resposta da Rússia à entrada da Finlândia e da Suécia na NATO será uma “surpresa”. “Depende do nosso departamento de Defesa”, afirmou, garantindo que será tomada uma “decisão apropriada”, tendo em consideração “todos os fatores e as especificidades” da adesão dos dois países nórdicos.
Deixando a resposta em aberto, Maria Zakharova prometeu, no entanto, que a Rússia terá de “tomar medidas retaliatórias”, especialmente no que diz respeito aos “aspetos militares e técnicos”.
Num briefing citado pela agência de notícias RIA, a diplomata também deixou um sério aviso à Moldávia, país em que as tensões aumentaram com a Rússia após a guerra na Ucrânia e com uma possível invasão à Transnístria, uma região pró-russa separatista moldava.
Aludindo às últimas declarações dos dirigentes moldavos, Maria Zakharova informou que Moscovo tem tido dúvidas sobre o “estatuto neutral” da Moldávia, bem como não tem verificado o “respeito pelos direitos e os interesses do seu povo”. Assim, o país deve “abster-se de qualquer ação que possa prejudicar as relações com a Rússia”.
????#Zakharova: The statements made by the Chisinau authorities raise doubts regarding Moldova's neutral status and respect for the rights and interests of its people.
☝️ We urge Chisinau to refrain from any actions that can damage its relations with Russia. pic.twitter.com/R7oSZWdrDe
— MFA Russia ???????? (@mfa_russia) May 18, 2022
A responsável diplomática acusou ainda o Ocidente de “providenciar o regime de Kiev com armas letais”, sendo que a Rússia considera que os países ocidentais estão a apoiar “os neonazis” e a “prolongar as hostilidades até ao máximo”. “Não podemos ignorar que as armas do Ocidente são usadas para matar as tropas russas e para bombardear o território da Rússia.”
“As organizações radicais da extrema-direita na Ucrânia divulgam ideais extremistas aos menores”, denunciou ainda Maria Zakharova, que apelou a que a Organização das Nações Unidas (ONU) tenha em atenção “as ações de Kiev nas atividades criminais neonazis que envolvem crianças”.