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Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 87.º dia do conflito na Ucrânia

Este artigo tem mais de 2 anos

António Costa está na Ucrânia, em Irpin. Ofensivas russas "permanecem confinadas ao arco da cidade de Izyum-Donetsk e especialmente à área de Popasna-Severodonetsk".

Kyiv Suburbs Clean Up After War Shifts Away From Capital
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Subúrbios de Kiev

Getty Images

Subúrbios de Kiev

Getty Images

Estamos na 13.ª semana de guerra, e a invasão russa da Ucrânia leva 87 dias. No terreno, o mais recente relatório do Instituto para os Estudo da Guerra (ISW) dá conta de que as forças russas estão a concentrar-se e a reforçar as posições defensivas em Kharkiv, e ao longo do Eixo Sul, para responderem às contra-ofensivas ucranianas.

Quanto às ofensivas russas, “permanecem confinadas ao arco da cidade de Izyum-Donetsk e especialmente à área de Popasna-Severodonetsk”. O exército de Moscovo teve “ganhos marginais” ao norte, oeste e sul da cidade, especialmente ao redor de Popasna. O objetivo é controlar Severodonetsk.

Sobre Mariupol, e em concreto sobre a fábrica de Azovstal, o ISW alerta que as informações russas podem não estar corretas. “As fontes russas podem estar a exagerar o número de defensores ucranianos que foram retirados de Azovstal para maximizar o número de prisioneiros de guerra russos que podem ser trocados por soldados ucranianos ou para evitar o constrangimento de admitir que ficaram presos a um cerco de meses contra apenas “centenas” de soldados ucranianos.

Este sábado fica também marcado pela vista do primeiro-ministro português à Ucrânia, que está a ser acompanhado pelos enviados especiais do Observador.

Aqui fica um ponto de situação do que aconteceu nas últimas horas. Siga também o liveblog do Observador para acompanhar os desenvolvimentos ao minuto.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Zelensky agradece visita de Costa no seu discurso diário: “Portugal está pronto para se juntar à reconstrução da Ucrânia”

O que aconteceu durante a noite?

  • ntónio Costa anunciou que Zelensky convidou Marcelo Rebelo de Sousa a visitar a Ucrânia. O Presidente da República respondeu uns minutos depois: “Obviamente, sim”.
  • António Costa disse a Zelensky que os ucranianos em Portugal “felizmente estão bem” e “alguns estão a trabalhar”. O primeiro-ministro afirmou que “ontem mesmo chegou à Polónia uma nova carga” de material militar.
  • Numa conferência de imprensa aos jornalistas portugueses, António Costa voltou a falar sobre a visita que fez há algumas horas à cidade de Irpin, na Ucrânia, para admitir que o “impressionou muito”.
  • O primeiro-ministro visitou a Ucrânia e garantiu que não teve receio de se deslocar ao país. A viagem foi “bem preparada” e as “autoridades ucranianas foram excecionais a garantir condições de segurança”. “Tudo tranquilo”, acrescentou.
  • O Presidente ucraniano agradeceu o apoio que Portugal está a dar à Ucrânia. “Defesa, apoio político e humanitário. Estou grato pelo tratamento caloroso do nosso povo que se refugiou em Portugal”, garantiu.
  • A primeira-dama da Ucrânia deu uma entrevista ao lado do marido e contou que a eclosão da guerra lhe causou “ansiedade”. O conflito fez também com que não visse Volodymyr Zelensky, durante dois meses e meio. O casal teve um “encontro na televisão”.
  • A Rússia terá começado a desminar o porto de Mariupol com o objetivo de reabri-lo. O porto, no mar de Azov, é crucial para as exportações ucranianas de cereais e de aço, mas, ao cair nas mãos dos russos, impede a Ucrânia de estabelecer importantes rotas de comércio.
  • A Rússia decidiu proibir de forma permanente a entrada de Biden e outros 962 cidadãos norte-americanos no país. A decisão surge como retaliação pelas sanções aprovadas por Washington contra Moscovo.
  • A comissária dos Direitos Humanos, Lyudmila Denisova, denunciou a deportação forçada e planeada de cidadãos ucranianos pela Rússia, que totaliza 1.377.925 pessoas, incluindo 232.480 crianças.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O secretário-geral da NATO anunciou no Twitter que teve uma conversa com o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sobre a entrada da Finlândia e da Suécia na Aliança Atlântica.
  • Na conferência de imprensa depois da reunião com António Costa, o Presidente ucraniano afirmou que “Portugal, nesta luta, está do lado justo da história”.
  • No total, 963 norte-americanos foram proibidos de entrar na Rússia pelo Kremlin, revela a CNN, Joe Biden incluído. Da lista, para além do Presidente norte-americano, fazem parte os nomes do secretário de Estado Antony Blinken e do diretor da CIA, William Burns.
  • Quer sair da guerra? Ligue 2402. Ucrânia cria número de telefone para russos que queiram desertar
  • A Rússia terá começado a desminar o porto de Mariupol com o objetivo de reabri-lo, segundo o New York Times.  O porto, no mar de Azov, é crucial para as exportações ucranianas de cereais e de aço.
Russian attacks on Ukraine

Zaporíjia

O que aconteceu durante a manhã?

  • Zelensky considera que só a diplomacia poderá pôr o ponto final na guerra. “Eu realmente pensei que a guerra poderia terminar com o diálogo”, disse Zelensky em declarações ao canal de televisão United News, disponíveis no site da presidência.. “Agora é um híbrido. É por isso que a guerra é tão difícil. E a vitória será muito difícil. Vai ser sangrento, vai ser em batalha, mas o fim com certeza será na diplomacia”, explicou o presidente.

Zelensky considera que só a diplomacia poderá acabar com a guerra

  • Foi em Seul, e não na Casa Branca, que o Presidente norte-americano assinou o projeto de lei que dá luz verde à ajuda financeira de 40 mil milhões de dólares para a Ucrânia. A notícia é avançada pela CNN. O documento foi enviado para a Coreia do Sul, uma vez que o Senado norte-americano o aprovou já depois de Joe Biden ter partido para Seul.
  • O primeiro-ministro português visita este sábado a Ucrânia. À chegada à estação central de Kiev, António Costa disse que ia seguir para uma visita a “uma das zonas mais atingida pela guerra” com o vice-primeiro-ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia. A zona em causa é Irpin, a cerca de 20 quilómetros da capital ucraniana.

António Costa chegou à Ucrânia

  • Os representantes dos EUA, do Canadá, do Japão, da Austrália e da Nova Zelândia abandonaram a sala de uma reunião de ministros da Ásia-Pacífico quando o titular da pasta da Economia russo, Maxim Reshetnikov, falava. Segundo a Reuters, o gesto durante o encontro do fórum da APEC — Cooperação Económica Ásia-Pacífico, em Bangkok, foi tomado em protesto contra a invasão da Ucrânia pela Rússia.
  • Berlusconi diz que UE deve tentar convencer a Ucrânia a aceitar exigências de Putin
  • No seu mais recente balanço sobre a guerra, o Ministério da Defesa do Reino Unido afirma que os veículos aéreos não tripulado (UAV) estão “a desempenhar um papel fundamental para ambos os lados”, embora muitos tenham sido destruídos. No caso da Rússia, o ministério alerta que se o Kremlin continuar a perder drones, a sua capacidade de informação, vigilância e reconhecimento ficará “degradada”.
  • Já o Ministério da Defesa da Ucrânia fez o balanço habitual de perdas russas, números que não são confirmados por Moscovo. Segundo Kiev, os russos já perderam mais de 1.200 tanques, 204 aeronaves e cerca de 28.000 soldados.
  • A Rússia afirma ter destruído uma remessa de armas ocidentais na região de Zhytomyr com mísseis Kalibr lançados do mar. A notícia é avançada pela agência de notícias Interfax.

Forças russas dizem ter destruído “grande carregamento” de armas ocidentais

O que aconteceu durante a noite e madrugada?

  • No seu vídeo divulgado à noite, Volodymyr Zelenski defendeu que a Rússia deve pagar pela sua invasão, sendo considerada “financeiramente responsável pelos crimes que cometeu”. O Presidente ucraniano pediu ao Ocidente que assine um acordo multilateral nesse sentido. “Isto é importante não apenas no contexto desta guerra travada pela Rússia, mas também no contexto de quaisquer outras ações agressivas, seja da Rússia ou de qualquer outro potencial agressor. O mal deve ter resposta e saber que será punido.”

Zelensky. Rússia deve ser responsabilizada financeiramente pela destruição do país

  • A Rússia interrompeu o fornecimento de gás à Finlândia, por decisão da Gazprom, depois de o país ter recusado pagar o abastecimento em rublos. “As importações de gás através do ponto de entrada de Imatra foram interrompidas”, anunciou a empresa Gasgrid Finlândia em comunicado.
  • O antigo campeão do mundo de xadrez e ativista político, Garry Kasparov, e o oligarca do petróleo exilado Mikhail Khodorkovsky foram colocados na lista de “agentes externos” da Rússia, acusados de serem financiados pela Ucrânia.

Gazprom anuncia suspensão do fornecimento de gás à Finlândia

  • A Moldávia, que não é membro da NATO, deve ser equipada para se proteger contra a invasão russa. As declarações são da britânica Liz Truss, da equipa ministerial de Boris Johnson, em entrevista ao The Telegraph. Liz Truss afirmou que o Reino Unido está em discussões com os seus aliados, já que Vladimir Putin foi “claro sobre suas ambições de criar uma Rússia maior”. O objetivo é garantir que a Ucrânia seja “capaz de se defender permanentemente”, algo que se deverá aplicar também a outros “estados vulneráveis”, como a Moldávia.

Reino Unido propõe armar Moldávia perante agressão russa

Russian Forces Withdraw From Towns Around Kharkiv

Soldado ucraniano na região de Kharkiv prepara um Javelin

Pode ainda ler sobre o que aconteceu no dia anterior, 86.º dia do conflito, aqui.

Mapa da guerra. O que se sabe sobre o 86.º dia do conflito na Ucrânia

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