O presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal denunciou esta segunda-feira que, desde que chegaram ao país, há refugiados que ainda não receberam os apoios sociais prometidos. Por causa disso, Pavlo Sadokha afirma que são cada vez mais os ucranianos que querem sair de Portugal e voltar a casa.
Em declarações à Rádio Observador, no Dia Mundial do Refugiado, o presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal explica que estes cidadãos “já não têm fundos para continuar a viver” no país. E Pavlo Sadokha dá o próprio exemplo.
A minha família foi buscar seis pessoas (à Ucrânia). Logo no início, entregámos todos os requerimentos à Segurança Social, mas, até agora, ainda não recebemos nada. Eu ainda os consigo alimentar, mas fica difícil”, lamenta.
O presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal explica, assim, que o número de refugiados ucranianos que já planeiam o regresso a casa “tem aumentado nas últimas semanas”.
Ouça aqui na íntegra as declarações de Pavlo Sadokha ao Observador:
Refugiados. “Ucranianos gastaram cá tudo o que tinham e agora pedem ajuda de regresso”
O responsável explica, no entanto, que neste momento “é difícil organizar o regresso, porque os ucranianos que cá chegaram já gastaram tudo o que tinham trazido”. “E, agora, pedem apoio financeiro para organizar a viagem para casa. Mas está a ser difícil”, sublinha.
Pavlo Sadokha adianta que estão a ser organizadas por várias autarquias “iniciativas com autocarros” para facilitar a viagem.
O Observador já questionou o Instituto da Segurança Social e o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social sobre a situação dos apoios, mas não obteve resposta até agora. Também contactado pelo Observador, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras remete para estas entidades.
Depois da guerra começar, o Governo divulgou em inglês o guia da Segurança Social sobre os vários subsídios de proteção social a que os refugiados podiam ter direito, com os vários escalões e valores discriminados. Em abril, o executivo anunciou que já tinha entregue “mais de 1500 prestações sociais a refugiados ucranianos“.
De acordo com os últimos dados, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras atribuiu cerca de 43 mil proteções temporárias a refugiados ucranianos em Portugal.