A marinha russa recebeu ordens para armadilhar os portos de Odessa e Ochakiv e já terá colocado as minas no rio Dnieper, em consequência do bloqueio definido pelo Kremlin às exportações de cereais a partir da Ucrânia.
As intenções de Moscovo são reveladas num relatório dos Serviços de Inteligência dos EUA, citado pelo Guardian, que mostra também imagens de satélite da destruição no segundo maior terminal de exportação de cereais da Ucrânia — nas imediações de Mykolaiv — depois dos bombardeamentos com mísseis russos no início de junho.
“A imagem deixa claro que a invasão russa da Ucrânia levou à destruição de três dos silos de cereais no local, bem como o sistema de transporte que carrega os cereais para os navios”, afirmou um funcionário dos Serviços de Inteligência dos EUA que diz que o ataque reduziu “em pelo menos um terço” a capacidade de exportação do terminal.
“Os Estados Unidos têm informações de que a frota do Mar Negro tem ordens para bloquear os portos ucranianos de Odessa e Ochakiv”, escreve o Guardian que contraria as alegações russas de que teriam sido os ucranianos a colocar as minas nos próprios portos.
“Podemos confirmar que, apesar das alegações públicas da Rússia de que não está a armadilhar o noroeste do Mar Negro, a Rússia na verdade está a colocar minas no Mar Negro perto de Ochakiv. Também temos indicações de que as forças russas já armadilharam o rio Dnieper”, escrevem os EUA.
O funcionário dos Serviços de Inteligência dos EUA lembra que “as exportações marítimas da Ucrânia são vitais para a segurança alimentar global” e que “o impacto das ações da Rússia não pode ser subestimado”. Segundo as contas dos EUA a Ucrânia é responsável por um décimo da exportação de cereais no mundo sendo que 95% dessas exportações saíram do país precisamente através dos portos no Mar Negro.
Com o bloqueio às exportações de cereais e fertilizantes a fazer crescer os receios de uma ameaça global de fome, os militares russos atacaram ainda na quarta-feira os tanques de armazenamento de óleo de girassol em Mykolaiv.
