O Nord Stream, que abastece a Alemanha e a Europa com gás russo, foi reiniciado após dez dias de manutenção, informou a empresa que opera a infraestrutura.

A operadora do gasoduto, a Nord Stream AG, disse que o fluxo de gás foi retomado esta quinta-feira de manhã, mas que o volume levaria algum tempo a aumentar, avançou a agência de notícias alemã DPA.

O Governo alemão tinha acusado a Rússia de usar o estado de uma turbina do gasoduto Nord Stream 1, reparada no Canadá, como um “pretexto” para interromper as entregas e a União Europeia (UE) acusou Moscovo de utilizar o gás “como arma”.

Segundo os dados transmitidos pela gigante russa de Gazprom à Gascade, a operadora da rede alemã de distribuição de gás natural, o gasoduto deverá entregar 530 GWh durante esta quinta-feira. Isso é apenas “30%” da capacidade total, disse o chefe da Agência Federal de Redes, Klaus Müller, na rede social Twitter.

Apontando como motivo a falta da turbina, a Gazprom já tinha reduzido, em meados de junho, o fornecimento através do Nord Stream para 40% da capacidade total.

Kremlin diz que dificuldades no fornecimento de gás são provocadas por restrições europeias

Na quarta-feira, o Presidente russo Vladimir Putin tinha alimentado a incerteza sobre o futuro das entregas de gás da Rússia aos países europeus, acusando o Canadá de atrasar o envio da turbina reparada na esperança de poder impulsionar as suas próprias vendas de gás para a Europa. “Os motivos (do Canadá) estão relacionados com os seus esforços para entrar no mercado europeu, porque quer desenvolver a sua própria produção de gás no país. É isso mesmo”, referiu o Presidente russo.

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Esta quinta-feira, o porta-voz do governo russo, Dmitry Peskov, disse que as dificuldades no fornecimento de gás natural são causadas pelas restrições impostas pela UE. Estas declarações foram feitas durante uma chamada telefónica com jornalistas, durante a qual Peskov destacou o papel “indispensável” e “muito importante” da Rússia “na segurança energética europeia”, citou a Reuters.

As dificuldades em torno das entregas através do gasoduto Nord Stream 1 surgem numa altura em que os países europeus estão a tentar aumentar as suas reservas de gás para o inverno. Neste contexto, os estados-membros da UE estão a tentar diversificar os seus fornecedores de gás, voltando-se para os Estados Unidos da América, Qatar, Azerbaijão, entre outros países.

A Comissão Europeia propôs na quarta-feira uma meta para redução do consumo de gás na UE de 15% até à primavera, admitindo avançar com redução obrigatória da procura. Portugal e Espanha recusaram a proposta.