O Reino Unido condenou este sábado o ataque “absolutamente terrível” ao porto ucraniano de Odessa, um dia após o acordo assinado pela Rússia e pela Ucrânia para desbloquear a exportação das toneladas de cereais presos nos portos do Mar Negro.

“É absolutamente terrível que, apenas um dia após este acordo”, o presidente russo, “Vladimir Putin, tenha lançado um ataque completamente injustificado a Odessa”, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica e candidata a futura primeira-ministra, Liz Truss.

Durante uma ação de campanha para suceder Boris Johnson, Liz Truss considerou que tal “mostra que não se pode confiar numa palavra do que [Putin] diz”.

“Precisamos trabalhar urgentemente com os nossos parceiros internacionais para encontrar outra forma de tirar os cereais da Ucrânia sem envolver a Rússia e as suas promessas quebradas”, defendeu.

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Os membros do Partido Conservador do Reino Unido deverão votar em 05 de setembro para decidir se será Liz Truss ou o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak o próximo chefe de governo do país.

As autoridades ucranianas relataram um ataque russo ao porto comercial de Odessa, ponto-chave para a exportação de cereais pelo Mar Negro, 24 horas depois do acordo assinado entre Rússia e Ucrânia para permitir a exportação daquele produto.

Referindo-se ao ataque, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou hoje que a Rússia “encontra sempre uma forma de quebrar as suas promessas”.

O Governo ucraniano acusou a Rússia de “cuspir na cara” da ONU e da Turquia com o ataque e, num comunicado citado pelo portal oficial Ukrinfrom, de Kiev, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia afirma que a Rússia deve assumir “toda a responsabilidade” se o acordo alcançado na sexta-feira em Istambul, entre Kiev e Moscovo, for quebrado.

No entanto, a Rússia negou hoje qualquer envolvimento nos ataques contra o porto ucraniano de Odessa, disse o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar.

“Os russos disseram-nos que não tinham absolutamente nada a ver com este ataque e que estavam a analisar o assunto”, disse o ministro turco, enquanto Moscovo não reagiu oficialmente.