A primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, alertou esta sexta-feira que a França está a enfrentar a “pior seca” jamais registada no país e anunciou a criação de um gabinete de crise governamental.
Numa declaração escrita, Borne realçou que muitas áreas do país estão a passar por “uma situação histórica”, numa altura em que a França está a enfrentar a terceira onda de calor no verão em curso.
A seca excecional que estamos atualmente a enfrentar está a privar muitos municípios de água, o que é uma tragédia para os nossos agricultores e para os nossos ecossistemas e biodiversidade”, afirmou Borne.
As previsões meteorológicas sugerem que o calor, que aumenta a evaporação e as necessidades de água, deverá continuar ao longo dos próximos 15 dias, podendo tornar a situação ainda mais preocupante, alertou a primeira-ministra no comunicado.
O gabinete de crise governamental ficou encarregado de fiscalizar a situação de seca nas áreas mais atingidas, onde coordenará a distribuição de água potável, e avaliar o impacto na produção de energia, nas infraestruturas de transporte e na agricultura.
A seca pode forçar a gigante energética francesa, a EDF, a cortar a produção de energia em centrais nucleares que usam as águas do rio para arrefecer os reatores.
A França agora tem 62 regiões com restrições no uso da água devido à falta de chuva.
De manhã, numa visita ao sudeste do país, o ministro da Transição Ecológica francês, Christophe Béchu, realçou que já são mais de 100 os municípios que estão sem capacidade para fornecer água potável nas torneiras, necessitando de serem abastecidos com camiões-cisterna.
Quanto pior for a situação, maior prioridade será dada ao fornecimento de água potável”, frisou.