Todos os anos perdem-se cerca de 194 milhões de metros cúbicos (1,94 mil milhões de litros) nas condutas de abastecimento de águas urbanas, de acordo com dados da Entidade Reguladora do Serviço de Águas e Resíduos (ERSAR), citados pelo Expresso (na edição impressa desta semana).
Estas perdas significam cerca de um quarto do volume de água captado para consumo humano — e não tem em conta os 35% de perdas na agricultura, que consome 70% da água captada em Portugal, nem os 30% do volume de água que entra nos sistemas de abastecimento e não chega a ser faturado.
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Não ter perdas ser é virtualmente impossível, mas reduzir as perdas para 15% (1,23 mil milhões de litros por ano) já permitiria abastecer 865 mil habitantes com a água poupada, de acordo com os cálculos de Jaime Melo Baptista, ex-presidente da ERSAR e atual presidente do Lisbon International Center for Water.
“A solução para o problema das perdas de água reais e não faturadas passa pela combinação de uma melhoria da governança das entidades gestoras, uma melhoria da gestão patrimonial das infraestruturas e uma adequada política tarifária”, diz Melo Batista. Ou seja, melhorar o desempenho das entidades gestoras, investir na reparação e manutenção das redes de abastecimento de água e instalar contadores para diminuir a quantidade de água não faturada.