“Têm-me feito essa pergunta de mil formas, mas quero descansá-la que um dia será.” Foi desta forma que Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, respondeu à pergunta sobre uma possível saída da liderança do partido comunista.

A resposta foi dada durante declarações à imprensa na abertura da Festa do Avante, que arranca esta sexta-feira na Quinta da Atalaia, no concelho do Seixal. Entre sorrisos, Jerónimo de Sousa acrescentou que neste momento só há uma garantia: “para um militante comunista, de certeza que cá estarei na próxima Festa do Avante”.

Questionado ainda sobre as críticas à festa do partido, Jerónimo de Sousa insistiu que o evento “é de facto uma festa de paz, de tranquilidade, convívio e uma experiência vivencial de milhares de jovens”. E, neste ponto, aproveitou para mandar recados: o facto de haver jovens no Avante “devia refletir-se no discurso de alguns, que dizem que a juventude não quer participar”, disse em declarações transmitidas pela RTP3.

O PCP tem sido alvo de críticas pela posição que adotou em relação à guerra na Ucrânia. Em março, na altura do 101.º aniversário do partido, poucos dias após a Rússia avançar para solo ucraniano, Jerónimo de Sousa transmitiu a posição do partido. “O PCP não condena… perdão, o PCP não apoia e condena a violação dos princípios do direito internacional, da carta da ONU e da ata final da conferência de Helsínquia, princípios que o PCP sempre defendeu e que continua a defender até hoje”. As críticas à posição do partido têm-se sucedido desde então, ganhando força quando o partido não esteve presente nas declarações do Presidente ucraniano no Parlamento português.

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“O PCP não apoia a guerra”, mas também não apoia o “xenófobo e belicista” governo ucraniano

Mais recentemente, também os artistas que vão atuar no Avante foram criticados por aceitarem participar na festa comunista.

“Gastarei o tempo todo a procurar valorizar as nossas propostas, a corrigir as nossas inquietações e abrir caminho a problemas sérios”, disse Jerónimo de Sousa à imprensa na abertura do Avante. Perante a subida da inflação e o facto de haver cada vez mais portugueses em dificuldades, o secretário-geral do PCP promete uma resposta “de luta reivindicativa por mais salários e mais direitos”. “Com mais inflação, com menos inflação, a resposta que nos têm dado a todos nós é não mexer nem numa coisa nem noutra.”

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