A Mazda apresentou o novo CX-60 à imprensa nacional, em simultâneo com o arranque das entregas a clientes. Trata-se de um SUV de dimensões generosas, com 4,745 m de comprimento e 2058 kg de peso, que irá oferecer mais tarde versões com motores a gasolina e turbodiesel, ambos mild hybrid, mas que de momento só está disponível com a primeira mecânica híbrida plug-in (PHEV) da Mazda.
Com as soluções estéticas tradicionais da Mazda, sobretudo ao nível da grelha e faróis esguios, o CX-60 é o maior dos SUV até aqui oferecido pela marca, sem compromissos. Ou seja, nada de abrir mão de espaço interior em troca de umas linhas menos volumosas a recordar um coupé. Esta opção garante mais espaço no habitáculo com cinco lugares e uma bagageira com 570 litros, que cresce até mais 1726 litros com o rebatimento do assento posterior.
As mecânicas PHEV associam unidades a combustão a motores eléctricos, alimentados por uma bateria que lhes permite reduzir consumos e emissões em ritmo normal, para depois lhes assegurar ainda a capacidade de percorrer uma determinada distância, acima de 50 km, em modo exclusivamente eléctrico. Esta tecnologia que usufrui de ajudas fiscais importantes em muitos mercados, a começar pelo português, tem recebido de forma crescente críticas, apontando a má utilização por parte dos condutores, que raramente recarregam as baterias. Não obtendo, assim, as vantagens relativas às ajudas que lhe são atribuídas, em matéria de poluição. Mas se utilizados devidamente, recarregando o acumulador com regularidade, os PHEV podem ser um trunfo, permitindo circular exclusivamente em modo eléctrico na maior parte das deslocações do dia-a-dia – se 50 km é o mínimo, há modelos que já ultrapassam os 80 km de autonomia a bateria –, e contribuindo igualmente para reduzir os consumos (e as emissões) nas grandes viagens.
Consciente que as empresas são sensíveis às vantagens financeiras dos PHEV, especialmente à recuperação do IVA, que facilmente pode ultrapassar 12 mil euros, a Mazda apostou em arrancar primeiro com as vendas do CX-60 2.5 e-Skyactiv PHEV, deixando as versões a gasolina e a gasóleo para 2023, cujo potencial comercial é muito menor, mesmo se com preços mais atraentes. O motor a gasolina é o 2.5 atmosférico com quatro cilindros, que fornece 191 cv e 261 Nm de força. Este motor, instalado à frente, no seu lugar tradicional, é completado pela presença da unidade eléctrica com 175 cv e 270 Nm, sendo que ambas as unidades motrizes estão associadas a uma caixa automática com oito velocidades, que depois passa a potência às quatro rodas através de um sistema de tracção integral.
Apesar de não ser um SUV leve, o CX-60 híbrido plug-in tem à sua disposição um total de 328 cv e 500 Nm, o que torna possível ir de 0-100 km/h em apenas 5,8 segundos, para depois estar limitado a 200 km/h. Mas o que mais clientes apreciarão neste PHEV é a sua capacidade de anunciar em WLTP um consumo de 1,5 litros/100 km, a que correspondem 33 g de CO2 por quilómetro e a capacidade de percorrer 63 km em modo 100% eléctrico, entre recargas. A bateria que garante esta autonomia possui uma capacidade bruta de 17,8 kWh, recarregável em AC até 7,4 kWh.
O Mazda CX-60 2.5 e-Skyactiv PHEV está a ser proposto a partir de 52.289€, para a versão Prime, com o director-geral da Mazda, Luís Morais, a prever que a maioria dos clientes irá optar pelas versões intermédias, nomeadamente a Exclusive, à venda a partir de 53.889€, e a Homura, proposta por mais de 56.289€. O topo de gama será a versão Takumi, comercializada entre 57.839€ e 65.440€. Se a estes valores forem retirados entre 10 a 12 mil euros de IVA, os preços ficam bastante mais acessíveis, com a Mazda a não conseguir avaliar os danos de o CX-60 PHEV ser considerado Classe 2 nas portagens, uma vez que excede 1,1 m ao nível do eixo frontal e possui tracção 4×4. O que poderá ser um entrave para muitos utilizadores, mas seria mais grave caso o SUV se destinasse maioritariamente a privados do que empresas.