Quando o seu sucessor no Ministério da Saúde tomou posse, Marta Temido saiu do Palácio de Belém a prometer não desaparecer: “Tenho a política dentro de mim”. A ex-ministra da Saúde seguiu para o lugar para que foi eleita na Assembleia da República, mas concorre também nas eleições internas do partido, como número dois à concelhia de Lisboa.

A lista a que o Observador teve acesso é encabeçada por Davide Amado, presidente da junta de freguesia de Alcântara, que diz ao Observador que a entrada de Marta Temido na lista “honra muito” a candidatura. “É uma militante do PS-Lisboa que teve funções governativas e sempre se empenhou nas suas funções”, diz acreditando que Temido dará “o melhor dela” em prole da cidade.

A ex-ministra foi contactada pela estrutura local do partido para integrar a lista e “mostrou-se disponível”, indica o candidato socialista. Quanto a leituras futuras sobre as possibilidades de uma figura forte como Temido poder vir a ser apontada como candidata à presidência da câmara no futuro, Davide Amado diz que PS está “empenhado em fazer oposição responsável e serena”.

Marta Temido entrou no partido em 2021, depois de o próprio líder António Costa lhe ter entregado o cartão de militante em pleno palco do congresso do partido. Nessa altura era Marta Temido ministra da Saúde e estava debaixo de todos os focos por estar na linha da frente no combate à pandemia. O salto na sua relevância política foi acolhido pelo PS e, nesse congresso, António Costa apontou-a como um quadro de valor que podia até ser aproveitado para futuras direções do partido.

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A ministra demitiu-se no final de agosto, alegando falta de condições para continuar no cargo em que foi substituída por Manuel Pizarro.

Marta Temido apresenta demissão por sentir “que deixou de ter condições” para se manter no cargo

Na lista por Lisboa, logo a seguir a Marta Temido, segue Inês Drummond e em número quatro Pedro Costa, o presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique e filho do líder do PS. A lista integra também membros do atual Governo, caso de André Moz Caldas (número seis) e como última suplente a ministra da Presidência Mariana Vieira da Silva. As eleições para as concelhias do PS decorrem nos dias 7 e 8 de outubro.