A Comissão Europeia apresentou esta sexta-feira diretrizes mais exigentes para a emissão de vistos a cidadãos russos indicando que, em caso de dúvida, estes não sejam emitidos.

“Temos uma avaliação mais rigorosa e uma avaliação de segurança mais completa quando se trata de novos vistos”, disse, em conferência de imprensa, a comissária europeia para os Assuntos Internos, Ylva Johansson.

A comissária acrescentou que “os Estados-membros precisam de fazer uma avaliação de segurança muito completa e se uma pessoa puder ser uma ameaça à segurança ou ser uma ameaça para a relação internacional de alguns dos Estados-Membros, essa pessoa não deve receber um visto”.

As regras foram revistas de modo a terem controlos de segurança reforçados na emissão de vistos e também nos controlos fronteiriços, no âmbito da recente escalada da guerra feita por Moscovo.

Os vistos também não poderão ser pedidos em países terceiros, mas apenas a partir da Rússia, salvo exceções muito específicas, como por razões humanitárias ou familiares.

Em relação aos que estão a fugir da recente decisão do Presidente Vladimir Putin de mobilizar 300 mil pessoas para combater na guerra na Ucrânia, Johansson sublinhou que “se houver alguma dúvida sobre se a pessoa não sairá da União Europeia (UE) nos 90 dias previstos num visto Schengen, então o visto Schengen não deve ser emitido”, especificando também que as regras não se aplicam a quem pede asilo na UE.

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As diretrizes não abrangem pedidos de residência nem de asilo, mas apenas aos vistos de curta duração, até 90 dias.

Bruxelas defende ainda que os Estados-membros terão de revogar ou reavaliar vistos válidos já emitidos, no contexto desta nova situação de segurança.

As diretrizes apresentadas esta sexta-feira exigem um controlo fronteiriço reforçado. As novas medidas surgem após Putin ter assinado, em Moscovo, os tratados de anexação das regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, apesar da condenação internacional e de Kiev.

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