Manuel Pizarro anunciou o fim do estado de alerta na quinta-feira, mas foram poucos os detalhes que deu sobre o que se passaria a seguir. Um dia depois, o gabinete do ministro da Saúde clarificou quais são as consequências para o dia a dia dos portugueses, num momento em que ter Covid-19 passa a ser semelhante a ter outra doença qualquer, como considerou Gustavo Tato Borges, presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública.

Acabam isolamentos de doentes Covid e testes gratuitos. Médicos de saúde pública consideram prematuro o fim do estado de alerta

Quando acaba o estado de alerta?

Termina nesta sexta-feira, exatamente às 23h59 de 30 de setembro. Sábado, Portugal regressa à normalidade pré-pandemia.

O que vai ser diferente?

Com o fim do estado de alerta, deixa de ser possível manter algumas medidas obrigatórias, embora, em alguns casos, os portugueses possam continuar a recorrer a essas medidas de prevenção caso o queiram fazer como, por exemplo, usar  máscara. O Ministério da Saúde elenca várias alterações:

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  • O isolamento de doentes Covid-19 deixa de ser obrigatório;
  • Acaba o mecanismo de atribuição de incapacidade temporária para o trabalho por Covid-19 e, consequentemente, termina o subsídio que lhe está associado. Assim, quem contraia o coronavírus deixa de ter um regime especial, beneficiando do regime idêntico a outras doenças;
  • Os testes à Covid-19 deixam de ser prescritos através da linha SNS24. Serão comparticipados mediante prescrição médica, à semelhança de outras análises. Os testes são comparticipados a 100% quando prescritos pelo Serviço Nacional de Saúde.

Se tiver sintomas de Covid-19 o que devo fazer?

O Ministério da Saúde dá um exemplo: se tiver sintomas respiratórios deve reforçar cuidados de higiene e procurar diminuir o risco de contágio de terceiros, em particular dos mais vulneráveis. Aqui, o uso de máscara é recomendado, mas não obrigatório.

E se tiver de faltar ao trabalho?

Seja para se ausentar do trabalho ou para faltar à escola, passam a usar-se os mecanismos usados para outras doenças, esclarece a tutela. “Em caso de agravamento ou persistência de sintomas, deve procurar aconselhamento médico, sendo a porta de entrada no SNS o Centro de Saúde/ Unidade de Saúde Familiar ou SNS24. Em caso de emergência, contactar o 112.”

O que se mantém?

  • Nos serviços de saúde, assim como em lares e outras estruturas similares, continua a ser obrigatório o uso de máscara.

Há recomendações específicas?

Sim, mas poucas, segundo o esclarecimento do Ministério da Saúde.

  • Unidades de saúde e lares devem promover medidas de controlo de infeção: deve manter-se a higienização frequente das mãos, etiqueta respiratória e distanciamento adequado quando houver pessoas sintomáticas.
  • Nas escolas deve ser promovida a lavagem frequente das mãos e deve existir ventilação adequada dos espaços.
  • Quando houver grandes concentrações, durante o período de outono/inverno, deve promover-se a ventilação e/ou o uso de máscara — especialmente da população mais vulnerável — sempre que não seja possível manter o distanciamento social.