A diplomacia portuguesa transmitiu esta sexta-feira ao Irão a sua “forte preocupação” com o uso por parte da Rússia de drones iranianos na invasão da Ucrânia e apelou a que as autoridades iranianas respeitem os direitos da mulheres.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, falou esta sexta-feira ao telefone com o seu homólogo iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, por iniciativa deste, para analisar a situação política e social no Irão, a guerra na Ucrânia e o acordo nuclear.

De acordo com um comunicado do Ministério português, Cravinho mostrou “forte preocupação quanto aos indícios recentemente veiculados sobre a utilização de drones iranianos por parte da Federação Russa em território ucraniano”.

O chefe da diplomacia portuguesa “sublinhou a necessidade” de que as autoridades iranianas garantam que “estes equipamentos não sejam fornecidos à Rússia”, como auxílio na invasão da Ucrânia iniciada em fevereiro.

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Cravinho e Amir-Abdollahian conversaram ainda sobre repressão das autoridades iranianas sobre os manifestantes que protestam contra a morte sob escolta policial da jovem Masha Amini, em setembro, que fora detida pela polícia moral do Irão pela sua indumentária.

De acordo como a nota do Governo português, João Gomes Cravinho apelou para que “as autoridades iranianas deem um sinal positivo na promoção dos direitos da mulheres”, constatando a existência naquele país de “legislação repressiva” contra as mulheres.

Os dois ministros falaram ainda sobre as negociações que decorrem em Viena para tentar recuperar o acordo nuclear assinado em 2015 entre o Irão e várias potência mundiais, com Cravinho a reiterar a urgência de se encontrar soluções e “encorajando a parte iraniana a adotar medidas de confiança para continuar o diálogo”, especialmente com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).