O primeiro-ministro, António Costa, destacou esta sexta-feira a “satisfação generalizada” dos líderes da União Europeia (UE) com o acordo alcançado entre os governos de Portugal, França e Espanha para acelerar as interconexões na Península Ibérica.
Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas, no final de um Conselho Europeu dedicado à resposta da UE à crise energética, António Costa disse que “houve um reconhecimento e uma satisfação generalizada de todos os países pelo facto de, ontem [quinta-feira], Portugal, Espanha e França terem conseguido um acordo político em torno da criação de um Corredor de Energia Verde de Portugal e Espanha, com ligação à Europa por via marítima, com a ligação de Barcelona Marselha”.
O acordo entre Portugal, Espanha e França foi alcançado na quinta-feira, em Bruxelas, durante uma reunião dos líderes dos governos dos três países.
António Costa, Pedro Sánchez e Emmanuel Macron decidiram avançar com um “Corredor de Energia Verde”, por mar, entre Barcelona e Marselha (BarMar) em detrimento de uma travessia pelos Pirenéus (MidCat).
O calendário, as fontes de financiamento e os custos relativos à execução do corredor verde BarMar serão debatidos num novo encontro a três em dezembro, em Alicante, Espanha.
De acordo com o texto acordado, a que a Lusa teve acesso, os ministros da Energia dos três países — que também estiveram presentes na reunião — irão começar imediatamente o trabalho preparatório para avançar com o BarMar e também sobre o reforço das interligações elétricas entre Espanha e França, “em ligação estreita com a Comissão Europeia”.
Os dois primeiros-ministros ibéricos e o Presidente francês acordaram ainda na necessidade de “concluir as futuras interligações de gás renovável entre Portugal e Espanha, nomeadamente a ligação de Celorico da Beira e Zamora (CelZa)”.
As infraestruturas que serão criadas para a distribuição de hidrogénio “deverão ser tecnicamente adaptadas para transportar outros gases renováveis, bem como uma proporção limitada de gás natural como fonte temporária e transitória de energia”.
O primeiro-ministro, António Costa, considerou que o acordo permite “ultrapassar um bloqueio histórico” relativamente às interconexões ibéricas para gás e eletricidade.