A inflação nos EUA deu esta quinta-feira o que poderá ser o primeiro sinal de uma suavização. Após vários meses consecutivos em que os dados da subida dos preços superaram, invariavelmente, as expectativas, o Departamento do Comércio informou que a taxa de inflação homóloga abrandou para 7,7% e a variação mensal apontou para uma subida de 0,4%. Ambos os valores ficaram bem abaixo daquilo que era a expectativa dos mercados – que apontavam para uma inflação anual de 7,9% e um aumento mensal de 0,6%.

Os dados estão a levar as bolsas norte-americanas a dispararem, subindo perto de 4% na abertura, em relação ao fecho de quarta-feira. A recuperação nos mercados deve-se à perspetiva reforçada, entre os investidores, de que a Reserva Federal dos EUA será mais branda com as próximas subidas das taxas de juro.

Além do facto de a subida homóloga dos preços ter sido menos gravosa do que se previa, também a chamada inflação subjacente abrandou em outubro. A variação mensal da inflação subjacente, que exclui os preços da energia e da alimentação não-processada, foi positiva em 0,3% – mas os economistas antecipavam um agravamento de 0,5%.

Fed dá primeiro sinal de que irá abrandar na subida dos juros, mas “é prematuro pensar em pausa”

O presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, comentou na última conferência de imprensa que para que o banco central repensasse a trajetória de subida dos juros teria de haver alguns meses consecutivos de dados que demonstrassem que as pressões inflacionistas estariam a atenuar-se – a começar pelas taxas de variação mensal de subida dos preços.

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