A Ucrânia lançou um assalto furtivo anfíbio às posições russas na Península de Kinburn — um passo num plano maior de contraofensiva que o país está a desenvolver em Kherson. Natalia Humeniuk, capitã e porta-voz do comando sul das Forças Armadas ucranianas, confirmou na terça-feira que o ataque estava a decorrer e que as batalhas no local continuavam. Até agora, a Ucrânia ainda não anunciou a reconquista da península.

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Kinburn foi anexada a 30 de setembro na sequência de um referendo conduzido por forças aliadas ao Kremlin e é neste momento o único local controlado pelos russos na zona que abrange a região de Mykolaiv — a península está administrativamente dividida entre essa região e Kherson. É também o local mais ocidental nos territórios ocupados pela Rússia em Kherson.

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Esta língua de areia fica na região marítima em que o rio Dnipro se encontra com o Mar Negro. É daí que vem a sua importância estratégica, explica o The Telegraph: quem controlar Kinburn, controla não só a porta de entrada para uma rota comercial marítima entre os dois corpos de água, como também os portos das regiões de Kherson e de Mykolaiv.

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Para a Ucrânia, a reconquista da península seria também um travão a alguns ataques russos: é de Kinburn que partem alguns dos mísseis que atingem território sob domínio ucraniano; e é aqui que Moscovo ataca rebocadores e embarcações com cereais. É por isso que o comando sul das Forças Armadas descreve a península como “o foco da força vital, armas e equipamentos do inimigo”.

O próprio Instituto da Guerra também admitiu que o controlo da península de Kinburn “permitiria que as forças ucranianas aliviassem os ataques russos na costa do Mar Negro controlada pela Ucrânia, aumentassem a atividade naval na área e conduzissem operações potenciais para cruzar para a margem esquerda em Kherson sob significativamente menos fogo de artilharia russa em comparação com uma travessia do rio Dnipro”, cita o The Telegraph.