O Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) manifestou-se, esta quinta-feira, surpreendido com a “crueldade” da Rússia. “Sabia que eles eram cruéis, mas não antecipava que fossem tanto”, disse Joe Biden, aludindo ao conflito na Ucrânia e aos ataques contra a infraestrutura civil do país.

Numa conferência de imprensa ao lado do homólogo francês, Emmanuel Macron (que está em visita oficial aos EUA), Joe Biden garantiu que os dois países vão manter-se “contra a Rússia nesta guerra violenta” e continuar a apoiar “totalmente os ucranianos”, que defendem as suas casas e a soberania contra a “agressão russa”.

“Vamos estar juntos diante desta brutalidade que destrói hospitais, maternidades e escolas”, afirmou Joe Biden, que aproveitou para agradecer a Emmanuel Macron pelo acolhimento francês de refugiados ucranianos, que fogem “da guerra bárbara” de Vladimir Putin.

Sobre o Presidente russo, Joe Biden teceu várias críticas: Vladimir Putin tenta “derrubar todos aqueles que impedem as suas ambições imperiais”. Para isso, o chefe de Estado da Rússia não olha a meios para atingir fins, destruindo a “rede elétrica” ucraniana e levando à “exasperação” de pessoas em situação vulnerável com uma crise alimentar.

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“Putin não vai ter sucesso”, declarou Joe Biden, que indicou que os Estados Unidos e França vão estar unidos para que o Presidente russo seja “responsabilizado” pelas suas ações. Além disso, os dois países estão a tentar minimizar os danos da guerra, tentando diversificar as fontes de energia e apostando na transição para energia limpas.

Questionado pelos jornalistas sobre se estaria disposto para encontrar-se com o homólogo russo, Joe Biden, disse só ver uma hipótese de isso acontecer: Vladimir Putin estar disponível para pôr um fim à guerra na Ucrânia.

Além de afirmar que só nesse cenário aceitaria um encontro com o presidente russo, Joe Biden também deixou claro que tal encontro nunca aconteceria sem uma consulta prévia aos aliados da NATO.

Para isso, Joe Biden disse ser necessário um requisito: “Putin deve retirar-se da Ucrânia, o que não está a fazer”. Em vez disso, o Presidente russo está a “infligir uma dor incrível na população civil, ao atacar hospitais, jardins de infância e maternidades”: “É doentio”.

“Devemos continuar a apoiar o povo ucraniano”, exortou Joe Biden, acrescentando que a “ideia de Putin em derrotar a Ucrânia é incompreensível”.

Macron sintonizado com Biden anuncia conferência em Paris

Emmanuel Macron disse “subscrever completamente” as palavras do homólogo norte-americano sobre a Ucrânia. E aproveitou para anunciar a realização de uma cimeira internacional em Paris, a 13 de dezembro, com a presença de aliados para discutir o apoio à Ucrânia no inverno e discutir a paz.

O Presidente francês enfatizou ainda que vai continuar a falar periodicamente com Vladimir Putin, de modo a “evitar a escalada da guerra”. Contudo, o Presidente francês criticou o homólogo russo, recordando o encontro em 2019 entre o chefe de Estado russo e ucraniano, que contou com a sua presença. “Zelensky mostrava uma vontade sincera de negociar. Putin era aquele que queria ir para a guerra”, lembrou.