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Foi um dia “especial” numa semana “especial”, assumiu o Presidente ucraniano. Esta sexta-feira, Volodymyr Zelensky entregou prémios aos “heróis” libertados de cativeiro russo. No total, entre civis, voluntários, soldados e médicos, de todas as regiões da Ucrânia, foram libertados 1.331 ucranianos desde 24 de fevereiro.

“Não vamos deixar nenhum ucraniano numa prisão russa (…). Lembramo-nos de todos. O dia virá, vamos recebê-los em liberdade“, garantiu Zelensky. Kiev e Moscovo têm realizado nos últimos meses várias trocas de prisioneiros, mas esta é a primeira vez que é divulgado um balanço do número total de ucranianos resgatados.

No mesmo dia, as autoridades ucranianas revelaram que 90.090 soldados russos foram mortos em combate desde o início da invasão. Durante esse período, as Forças Armadas ucranianas perderam entre 10 mil e 13 mil soldados, segundo dados divulgados por Mykhailo Podolyak, um dos conselheiros de Zelensky.

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Ucrânia troca prisioneiros com a Rússia pela terceira vez numa semana

No habitual discurso diário, o líder ucraniano disse ainda que prossegue o trabalho nas capitais europeias para alcançar o apoio para criar um tribunal especial para julgar a “agressão” russa. “Londres, Paris, Varsóvia e outras capitais … Estamos a fortalecer as nossas posições em todo o lado, acumulando o apoio dos nossos parceiros“, explicou.

Tenho a certeza de que haverá um tribunal, de que haverá justiça”, afirmou.

Há vários meses que a Ucrânia pede aos seus aliados a criação de um tribunal especial para responsabilizar os líderes russos pela invasão. Apesar de concordarem com a necessidade de recolher provas para julgar os crimes de guerra russos, os parceiros de Kiev têm-se mostrado reticentes quanto ao pedido.

Recentemente, a França tornou-se o primeiro país ocidental a apoiar publicamente a proposta, motivando críticas do Kremlin. Também a União Europeia propôs a formação de um tribunal especial. “A Rússia deve pagar pelos crimes horríveis. Vamos trabalhar com o Tribunal Penal Internacional (TPI) para ajudarmos a estabelecer um tribunal especializado para julgar os crimes da Rússia”, explicou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

UE propõe tribunal especial para julgar “crimes horríveis” da Rússia

A UE quer este tribunal uma vez que a Rússia não está entre os países que assinaram o tratado do TPI, deixando o tribunal, sediado em Haia, sem jurisdição sobre os crimes de agressão cometidos, refere o The Guardian. Assim, o TPI pode julgar crimes de guerra e crimes específicos contra a Ucrânia, mas o Presidente russo, Vladimir Putin, e os seus principais ministros mantêm imunidade enquanto estiverem no cargo.