O Bloco de Esquerda pediu esta terça-feira a audição parlamentar urgente do ministro das Infraestruturas, João Galamba, para esclarecer as “limitações e disrupções na travessia do Tejo por parte da Transtejo/Soflusa”.

Num requerimento a que a agência Lusa teve acesso e dirigido ao presidente da Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, os bloquistas referem que “a Transtejo/Soflusa anunciou que a ligação fluvial entre Barreiro e Lisboa estará sujeita a limitações até 10 de fevereiro, justificando essa situação com as limitações da frota em consequência do abalroamento sofrido pelo navio Gil Vicente em 4 de janeiro”.

“Assim, a Transtejo/Soflusa afirma que não é possível garantir a realização de todas as carreiras previstas aos ‘dias úteis’“, acrescenta-se.

Os problemas, segundo o BE, “não se limitam aos efeitos provocados pelo abalroamento” já que “na sua atividade regular têm sido suprimidas várias travessias”, referindo que para esta terça-feira “está marcada uma concentração de protesto contra esta situação junto à estação do Cais do Sodré”.

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“É assim da máxima importância que, mesmo com os problemas resultantes da colisão, a Transtejo/Soflusa tenha sistemas de redundância que lhe permitam assegurar a manutenção da resposta neste momento e em problemas que se venham a registar no futuro. Ainda que garanta que na sua atividade regular não há cancelamentos de travessias e que oferece serviço público regular e de qualidade“, defende.

O BE requer “a audição, com caráter de urgência, do ministro das Infraestruturas relativamente às limitações e disrupções na travessia do Tejo por parte da Transtejo/Soflusa”.

Os utentes do transporte fluvial que liga a margem sul a Lisboa realizam esta terça-feira uma concentração na estação do Cais do Sodré em protesto contra os constantes constrangimentos no serviço.

O protesto é organizado pelas comissões de utentes do Cais do Seixalinho (Montijo), do Seixal, Barreiro e Almada que, em conjunto, decidiram chamar a atenção para os problemas que as ligações têm tido nos últimos tempos.

A Transtejo é responsável pela ligação do Seixal, Montijo, Cacilhas e Trafaria/Porto Brandão, no distrito de Setúbal, a Lisboa, enquanto a Soflusa faz a travessia entre o Barreiro, também no distrito de Setúbal, e o Terreiro do Paço, em Lisboa.

Numa resposta enviada à agência Lusa no final de dezembro, a empresa explicou que as perturbações de serviço registadas nas ligações fluviais do Montijo e do Seixal resultam de avarias inesperadas nos navios.

Em novembro, o Governo perspetivou ter disponível a maior parte da frota elétrica de navios da Transtejo já durante o ano de 2023.

Jorge Delgado estimou então que os primeiros navios elétricos começariam a operar entre o fim de 2022 e o início de 2023, adiantando que as baterias e os postos de carregamento já estavam contratados.

Em setembro, a Transtejo tinha anunciado que a empreitada de construção e fornecimento de estações de carregamento da nova frota elétrica de navios da Transtejo tinha sido adjudicada pelo valor de cerca de 14,4 milhões de euros.

Em agosto, a empresa fez saber que a entrega dos quatro primeiros navios da nova frota elétrica estava prevista para o período entre dezembro de 2022 e junho de 2023.