A Comissão Europeia vai canalizar 242 milhões de euros para criar, na Finlândia, a primeira reserva estratégica de medicamentos e antídotos para emergências químicas, biológicas, radiológicas e nucleares, anunciou esta terça-feira o executivo comunitário.

“Esta nova reserva é a primeira dedicada a equipamentos para emergências químicas, biológicas, radiológicas e nucleares e vai incluir contramedidas médicas críticas, como vacinas e antídotos, dispositivos médicos e equipamentos de resposta em campo para garantir uma melhor proteção”, disse a Comissão Europeia, em comunicado divulgado esta terça-feira.

Segundo o Ministério do Interior da Finlândia, na reserva estarão também medidores de radiação destinados a proteger os socorristas e a população civil.

De acordo com Bruxelas, a reserva será controlada e financiada totalmente pela Comissão Europeia e “faz parte do desenvolvimento de uma estratégia para armazenamento de contramedidas médicas da União Europeia (UE) para uso em emergências de saúde”. Os fundos “também serão usados para formar pessoas”, acrescentou o executivo comunitário.

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A iniciativa surgiu na sequência da criação pela Comissão de outras reservas em vários Estados-Membros, como a da frota aérea para combate de incêndios florestais na Croácia, Espanha, França, Grécia, Itália, e Suécia e a reserva médica de equipamentos e dispositivos de proteção localizada na Alemanha, Bélgica, Croácia, Dinamarca, Grécia, Hungria, Eslovénia, Países Baixos, Roménia e Suécia.

Em caso de emergência, essas reservas fornecerão assistência a todos os Estados-membros da UE, assim como aos Estados participantes no Mecanismo de Proteção Civil, podendo também ser usadas para países vizinhos, acrescentou a Comissão Europeia.

A reserva a instalar na Finlândia estará pronta no próximo ano e permitirá enviar provisões para uma área de desastre ou de crise em até 12 horas.

A guerra da Rússia contra a Ucrânia confirmou a necessidade de fortalecer a preparação CBRN [química, biológica, radiológica e nuclear] da UE“, explicou o comissário europeu para Gestão de Crises, Janez Lenarcic, em comunicado.

A Finlândia tem uma fronteira de 1.300 quilómetros com a Rússia e situa-se perto dos Estados bálticos, que também temem que uma escalada da guerra na Ucrânia possa levar ao uso de armas nucleares ou a um acidente nuclear.

O país nórdico manteve, depois da Segunda Guerra Mundial e durante décadas, grandes reservas de bens essenciais, como cereais, combustíveis e medicamentos, depois de ter perdido cerca de 10% do seu território para a antiga União Soviética.