Roberta Metsola declarou uma estadia gratuita num quarto de 349 euros e a oferta de um jantar de cinco pratos num castelo medieval, que recebeu a convite de uma confraria francesa em outubro do ano passado. A presidente do Parlamento Europeu não infringiu quaisquer regras ao aceitar este convite, mas a situação é inédita, uma vez que o cargo que ocupa não prevê que tenha de declarar este tipo de ofertas, segundo o jornal Politico.

Metsola ficou acomodada no hotel de cinco estrelas Hôtel Le Cep, na Borgonha, em França, a convite da Confrérie des Chevaliers du Tastevin, que lhe ofereceu uma posição de “dama” honorária. Se fosse deputada do Parlmento Europeu (PE), teria tido até ao final do mês seguinte para declarar uma viagem ou estadia oferecida por terceiros mas, enquanto presidente, não quebrou quaisquer regras com o atraso, nem teria sequer de as declarar.

Em entrevista ao mesmo jornal, Roberta Metsola explicou que embora não esteja sujeita às mesmas regras dos deputados do Parlamento Europeu, pretende continuar a declarar este tipo de ofertas no futuro.

“Apesar destas coisas nunca terem sido declaradas pelos presidentes do parlamento, a presidente Metsola escolheu fazê-lo numa decisão sem precedentes para impulsionar a transparência e liderar com exemplos positivos”, explicou ainda ao mesmo jornal um porta-voz do PE.

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A decisão de Metsola acontece depois de fazer uma série de promessas na sessão plenária de 16 de janeiro, incluindo um conjunto de medidas para reforçar a transparência, a prestação de contas e o combate à “interferência estrangeira” no PE. Embora não tenha referido diretamente o Qatargate — que levou à detenção de Eva Kaili, uma das vice-presidentes da instituição —, o discurso e as medidas referidas foram marcados pelo escândalo de corrupção.

Parlamento Europeu. Metsola promete medidas contra “interferência estrangeira”