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Os Presidentes russo e ucraniano assinalaram esta sexta-feira o Dia Internacional da Memória do Holocausto. Vladimir Putin aproveitou para criticar os “neonazis” que cometem “crimes” na Ucrânia, um dos argumentos que o Kremlin usou para justificar a invasão da Ucrânia. Em comunicado, citado pelo The Moscow Times, Putin alertou que “esquecer as lições da história leva à repetição de tragédias terríveis”.

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Já o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que “a indiferença mata juntamente com o ódio”. “Hoje, como sempre, a Ucrânia homenageia a memória de milhões de vítimas do Holocausto”, disse num vídeo partilhado na conta oficial de Telegram.

O dia também ficou marcado pelas declarações do porta-voz do Kremlin, que disse estar nas mãos do Presidente norte-americano, Joe Biden, a possibilidade de terminar com a guerra na Ucrânia rapidamente se “dirigir Kiev”. “A chave para o regime de Kiev está nas mãos de Washington”, afirmou Dmitry Peskov no encontro habitual com os jornalistas. Mas, continuou, “não a quer usar, em vez disso está a encher a Ucrânia de armas”, atirou.

O que aconteceu durante a noite?

  • O Presidente ucraniano deixou críticas ao Comité Olímpico Internacional, que defendeu que atletas russos e bielorrussos não devem ser punidos pela nacionalidade. “Não pode haver neutralidade numa guerra”, afirmou Zelensky.
  • Depois de prometer o envio de tanques para a Ucrânia, a Alemanha afastou rapidamente a possibilidade de fornecer caças, um dos novos objetivos de Kiev. Numa entrevista ao jornal Süddeutsche Zeitung, citada pela CNN, o ministro da Defesa alemão afirmou que a “hipótese está fora de questão”.
  • As autoridades belgas anunciaram um pacote de assistência militar no valor de 92 milhões de euros para a Ucrânia. O novo apoio vai incluir, nomeadamente, mísseis de defesa antiaérea, armas antitanque, munições, metralhadores e veículos blindados leves.
  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou que vai convocar o embaixador húngaro no país. Em causa estão declarações “completamente inaceitáveis” do primeiro-ministro Viktor Orban sobre a Ucrânia.
  • Na linha da frente de guerra a situação permanece “extremamente difícil”, em particular perto de Bakhmut e Vuhledar (região de Donetsk), admitiu o Presidente Volodymyr Zelensky. Esta sexta-feira o exército ucraniano disse ter abatido 109 militares russos e ferido cerca de 188 durante os combates.

O que aconteceu durante a tarde?

  • A administração Biden está a “cruzar uma linha vermelha” ao enviar tanques Abrams-M1 para a Ucrânia, afirmou a irmã do líder norte-coreano Kim Jong Un, em declarações à agência KCNA.
  • A Rússia vai implementar o fuso horário de Moscovo nas quatro regiões ucranianas anexadas em setembro do ano passado, na sequência da realização de referendos descritos pela comunidade internacional como ilegais.
  • A Presidência ucraniana revelou que os mais recentes bombardeamentos russos na Ucrânia provocaram a morte a 10 civis e deixaram outros 20 feridos, um dia depois de o país ter sofrido uma nova vaga de ataques.
  • O especialista militar russo Igor Korotchenko descreveu o chanceler alemão, Olaf Scholz, como o “segundo Adolf Hitler”, dias depois de a Alemanha anunciar o envio de tanques Leopard-2 para a Ucrânia. Também se referiu à ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, como um Joachim von Ribbentrop “de saia”.

  • Os Estados Unidos prometeram enviar tanques de batalha Abrams para a Ucrânia na sua versão mais avançada, mas os carros de combate não deverão incluir a armadura “secreta” que torna o modelo tão letal, disseram ao Politico fontes familiares com o assunto. Washington antecipa que os tanques deverão demorar “vários meses” a chegar a Kiev.
  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia deu ordem ao diplomata da Letónia para que deixe o país dentro de duas semanas.
  • A União Europeia estendeu por mais seis meses, até ao dia 31 de julho, as sanções económicas contra a Rússia. Algumas das medidas, que visam setores específicos da economia da Rússia, estão em vigor desde 2014, por ocasião da anexação da Crimeia.
  • Autoridades russas rejeitaram a falta ou escassez de munições e mísseis entre as suas tropas. Moscovo garante mesmo que o país aumentou a produção de material bélico.
  • O alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, apelou à África do Sul para aproveitar as “boas relações com a Rússia” e “convencer” Moscovo a “parar” a guerra na Ucrânia.
  • Além dos 14 tanques Leopard-2 que já estavam prometidos, a Polónia anunciou que vai enviar mais 60 carros de combate para o território ucraniano.
  • A Rússia bloqueou os sites da CIA e do FBI no país. O regulador das comunicações na Rússia, o Roskomnadzor, acusa as duas agências governamentais dos EUA de espalharem informação falsa para “desestabilizar” tropas.
  • O líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, já reagiu às notícias que davam conta de que os EUA vão sancionar a companhia militar privada para debilitar o poder de combate russo. “Realizámos uma verificação interna sobre o crimes do grupo Wagner, mas não encontrámos nada prejudicial”, ironizou.

O que aconteceu durante a manhã?

  • O general português Pinto Ramalho avisou que o envio de tanques Leopard-2 para a Ucrânia pode “amputar ou reduzir” capacidade do exército português. Para o ex-chefe do Estado Maior do Exército, a questão deve ser vista com muitas cautelas: “Se toda a gente fosse chamada a contribuir, sim”.
  • O primeiro-ministro da Hungria avisou que o país vai vetar quaisquer sanções da União Europeia à Rússia que afetem a energia nuclear. “Não permitiremos que o plano de incluir a energia nuclear nas sanções seja implementado”, afirmou Viktor Orbán.
  • O Centro de Investigação Militar e Estratégica da Ucrânia considera que a Rússia não tem “o nível de artilharia” que tinha a 24 de fevereiro, o dia em que começou a guerra. “Têm menos recursos. Confiam na superioridades numérica das suas tropas”, disse Oleskandr Musiyenko, líder do organismo.
  • O Governo japonês anunciou novas sanções contra altos responsáveis políticos e militares russos, bem como uma proibição adicional das exportações japonesas de componentes que poderiam ser utilizados no esforço de guerra.
  • A Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) diz que foram registadas oito “fortes explosões” durante a manhã de quinta-feira perto da central nuclear de Zaporíjia, sob controlo das forças russas. Renat Karchaa, conselheiro da Rosenergoatom (empresa de energia nuclear russa), negou as explosões e classificou o comunicado da AIEA como uma “provocação”.