A norte-americana Dell vai despedir 6.650 pessoas, numa tentativa de enfrentar um mercado de computadores em queda. A notícia foi avançada pela Bloomberg, que cita um mensagem interna assinada por Jeff Clarke, co-diretor de operações da Dell. Entretanto, um porta-voz da empresa disse à Bloomberg que este corte equivale a cerca de 5% do total de trabalhadores da tecnológica a nível global.

No memorando onde são comunicados os despedimentos, Clarke explica que a empresa enfrenta condições de mercado marcadas pela “incerteza”, num momento em que as vendas de computadores continuam a recuar.

À semelhança de outros fabricantes, também a Dell passou por um período de prosperidade devido à pandemia, que resultou numa procura muito significativa de computadores para assegurar o teletrabalho e o ensino à distância durante os confinamentos. Mas quem adquiriu PC em 2020 e 2021 não voltou a comprar. De acordo com dados da consultora IDC, no quarto trimestre de 2022 a Dell viu as vendas recuar 37% em termos homólogos, o maior tombo entre os fabricantes de PC.

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Depois desta saída de empregados, a Dell deverá ficar com o menor número de recursos humanos desde 2017, quando tinha 138 mil pessoas. A estimativa feita pela Bloomberg é de que, com a redução, a empresa fique com cerca de 126 mil trabalhadores. Atualmente, terá 133 mil.

A Dell só vai apresentar os resultados do quarto trimestre de 2022 a 2 de março. Na última apresentação de contas, feita em novembro do ano passado, a empresa revelou uma queda de 6% no terceiro trimestre, para 24,7 mil milhões de dólares.

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No acumulado de nove meses de 2022, para a Dell terminados em outubro, a empresa reportou um tombo dos lucros de 67%, para 1,8 mil milhões, que comparava com os 5,7 mil milhões registados no mesmo período de 2021. A venda de computadores, que continuava a ser o principal motor do negócio da empresa foi responsável por 55% das receitas durante os primeiros nove meses de 2022.

O Observador questionou fonte da Dell em Portugal sobre como é que estes planos podem afetar a empresa no país. A empresa indica que não tem, de momento, mais informação a partilhar sobre a operação em Portugal, mas refere que está em “constante avaliação das operações de forma a garantir” que dispõe da estrutura certa “para fornecer o melhor valor e suporte aos parceiros e clientes”. “Embora tenhamos em stand by a contratação externa, estamos constantemente a evoluir a nossa estratégia de contratação com base nas necessidades do negócio”, é acrescentado.

A Dell é mais uma das tecnológicas a anunciar cortes no número de empregados. A HP anunciou em novembro a saída de 6 mil pessoas, enquanto a IBM vai cortar 3.900 postos de trabalho. No setor das big tech, a Meta tem anunciado o despedimento de 11 mil pessoas, a Amazon de 18 mil, a Microsoft de 10 mil e a Alphabet, dona da Google, vai reduzir o total de empregados em 12 mil pessoas.

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