Uma semana depois, a história repetia-se. Ou quase. Tal como na jornada anterior, o Manchester City tinha a oportunidade de se aproximar da liderança da Premier League depois de o Arsenal escorregar. Mas se, há uma semana, os citizens também perderam com o Tottenham depois de os gunners terem perdido com o Everton, este domingo a equipa de Pep Guardiola tinha tudo para vencer o Aston Villa depois de o conjunto de Mikel Arteta empatar com o Brentford.

As notícias sobre o Manchester City, porém, têm girado à volta de um outro tema: as irregularidades financeiras de que o clube foi acusado pela Premier League e que podem dar origem a uma multa, a perda de pontos na classificação ou até à despromoção para o Championship. Na antevisão da receção ao Aston Villa no Etihad, Guardiola virava o ónus do assunto para… A acusação.

Guardiola soube antes, plantel teve reunião com executivos, funcionários receberam email: como o City lida internamente com as acusações

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“O meu primeiro pensamento é que já fomos condenados, tal como o que aconteceu com a UEFA. O clube provou que era inocente. Sabem de que lado é que eu estou. Temos sorte de viver num país maravilhoso onde toda a gente é inocente até que se prove o contrário. Ainda não tivemos essa oportunidade, já fomos condenados. Não sei o que vai acontecer. Temos um bom advogado. Não que a UEFA não os tenha. Penso que a Premier League, apoiada pelos 19 clubes, vai arranjar também bons advogados para defender a sua posição. Adoraria esperar e ver o que vai acontecer mas, se não formos inocentes, vamos aceitar as decisões do juiz e da Premier League. Mas e se acontece o mesmo que aconteceu à UEFA e somos considerados inocentes? O que vão fazer para nos limpar a imagem? O clube fala connosco mas eu não falei sobre isso com os jogadores”, explicou o treinador espanhol, garantindo que não vai sair do clube e que não tem motivos para não confiar na cúpula dos citizens.

Assim, este domingo, Guardiola lançava Mahrez, De Bruyne, Gündoğan e Grealish no apoio a Haaland, com Rodri e Bernardo numa zona mais recuada do meio-campo e Rúben Dias a ser também titular. Do outro lado, num Aston Villa que entrava em campo em 11.º lugar e a três pontos do Chelsea, Unai Emery colocava Ollie Watkins e Leon Bailey no ataque, com Douglas Luiz e Kamara no setor intermédio, e deixava tanto Philippe Coutinho como Dendoncker no banco de suplentes.

Rodri abriu o marcador logo nos instantes iniciais, ao desviar de cabeça um canto cobrado na esquerda por Mahrez (4′). O City dominou a partida durante toda a primeira parte e acabou por aumentar a vantagem já perto do intervalo, com Haaland a criar quase de raiz uma jogada em que ofereceu o golo a Gündoğan (39′). Até ao fim do primeiro tempo, na sequência de uma grande penalidade cometida por Ramsey sobre Grealish, Mahrez fez o terceiro golo dos citizens (45+1′) e praticamente sentenciou a partida.

Guardiola mexeu ao intervalo, trocando Rúben Dias e Haaland por Akanji e Julián Álvarez — ou seja, poupando dois indiscutíveis na antecâmara de uma deslocação que pode tornar-se decisiva ao Emirates, para defrontar o líder Arsenal, já na próxima quarta-feira. O encontro foi decorrendo com um natural ascendente do Manchester City, com Emery a tirar Buendía, Digne e Bailey para colocar McGinn, Durán e Moreno já perto da hora de jogo, e a verdade é que o Aston Villa acabou por conseguir reduzir a desvantagem por intermédio de Watkins (61′).

Guardiola voltou a mexer a 20 minutos do fim, lançando Foden no lugar de Grealish, e a verdade é que o ligeiro ímpeto que o Aston Villa conquistou na sequência do golo acabou por ser anulado e revertido pelo Manchester City. No fim, os citizens venceram e responderam da melhor maneira à escorregadela do Arsenal, ficando apenas a três pontos da liderança da Premier League e podendo igualar os gunners já no duelo da próxima quarta-feira.