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A Rússia invadiu a Ucrânia há quase um ano, há exatamente 355 dias. Esta segunda-feira ficou marcada pelos avisos da embaixada americana em Moscovo, que pediu aos seus cidadãos que abandonem imediatamente o país. Em caso de dupla nacionalidade, avisou, podem ser mobilizados para o exército russo. Na Moldávia, a Presidente disse estar na posse de informação de que o Kremlin irá tentar um golpe de Estado no país, para poder usá-lo na guerra contra a Ucrânia.

Antes do grande encontro dos ministros de Defesa da NATO, o secretário-geral Jens Stoltenberg avisou que “se Putin vencer na Ucrânia, a mensagem para ele e para outros regimes autoritários é a de que a força é recompensada.”

Estes são os principais acontecimentos que marcaram esta segunda-feira.

O que aconteceu durante a noite?

  • O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, defendeu que cada avanço da Ucrânia nas negociações com os aliados, como no fornecimento de equipamento militar das Forças Armadas, significa “um tempo menor para a vitória” de Kiev.
  • A Rússia lançou esta segunda-feira o Oculus, um sistema que, segundo a TASS, deteta automaticamente “temas extremistas, convocatórias para eventos ilegais em massa, suicídio, conteúdos pró-drogas e propaganda LGBT”.
  • A fragata militar russa “Almirante Gorshkov”, equipada com mísseis com capacidade nuclear, atracou na Cidade do Cabo, na África do Sul, para exercícios navais conjuntos com a Rússia e a China ao largo da costa nos próximos 10 dias.
  • O antigo guarda da embaixada britânica na Alemanha, que se declarou culpado de espionagem, foi preso depois de ter sido induzido a enviar documentos confidenciais à Embaixada da Rússia, revelou a acusação numa audiência no tribunal, em Londres.
  • A Ucrânia proibiu civis e voluntários de entrar na cidade de Bakhmut, onde as forças russas e ucranianas se defrontam há vários meses. Um comandante ucraniano disse que a proibição é necessária porque os combates, que já tomaram as ruas, “colocam em perigo os voluntários que chegam com boas intenções”.
  • A Ucrânia já tem a promessa de tanques ocidentais e vai agora pedir plataforma de aviões de combate. Segundo o Ministro da Defesa ucraniano, este vai ser um dos pedidos de Kiev durante a reunião do Grupo de Contacto para a Defesa da Ucrânia, que junta mais de 5o parceiros.
  • O ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, adiantou que vão ser implementadas mudanças na pasta que lidera. As alterações são divulgadas após o escândalo de corrupção que abalou o Ministério e levou à demissão do vice-ministro da Defesa, Vyacheslav Shapovalov.
  • A Polónia anunciou que já começou a treinar os militares ucranianos no uso dos tanques Leopard-2 alemães, que serão enviados para Kiev nos próximos meses. A Alemanha também vai começar a formação das tropas de Kiev esta semana.

O que aconteceu durante a tarde?

  • Um general russo foi encontrado morto em casa, perto de Moscovo, avançaram as agências de notícias. Vladimir Makarov ocupou no Ministério do Interior russo o cargo de ex-vice-chefe da Direção Principal de Combate ao Extremismo e, segundo a agência bielorrussa Nexta, esteve ativamente envolvido na repressão contra opositores e ativistas.
  • Em entrevista à estação de rádio Ö1, a ministra da Defesa austríaca disse que o país não vai treinar os militares ucranianos no uso dos tanques Leopard-2 alemães, uma decisão que considera ser da responsabilidade de cada estado soberano.
  • O porta-voz do grupo Leste das Forças Armadas da Ucrânia desmentiu as alegações de que o grupo Wagner capturou a vila de Krasna Hora, na fronteira norte de Bakhmut, uma cidade disputada pelas tropas ucranianas e russas. A Presidência ucraniana reconhece, porém, que a situação militar a norte da cidade é “complicada”.
  • O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Vershinin, considera que seria “inapropriado” prolongar a iniciativa de cereais do Mar Negro caso se mantenham as sanções que afetam as exportações agrícolas. Embora as restrições ocidentais não afetem alimentos e fertilizantes, segundo o Kremlin, as exportações deste tipo de produtos foi praticamente paralisada devido a sanções às empresas de logística ou às dificuldades em garantir os carregamentos.

O que aconteceu durante a manhã?

  • Jens Stoltenberg disse esta terça-feira que os países da NATO vão intensificar apoio a Kiev e saúda os recentes anúncios sobre novos tanques e armamento pesado. Envio de caças será discutido na terça-feira, segundo o secretário-geral da Aliança Atlântica.

Stoltenberg. “Putin não está preparado para a paz” e países da NATO devem dar a Kiev “tudo o que precisa para vencer”

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  • Forças armadas da Ucrânia têm mais de 1.700 drones e 3.500 militares treinados para usá-los, segundo o vice-primeiro-ministro da Ucrânia e responsável pela pasta da Transformação Digital, Mikhailo Fedorov.  “Esta é uma guerra tecnológica, é necessário usar veículos aéreos não tripulados de forma mais eficaz e salvar a vida dos nossos soldados. Foi por isso que o projeto ‘Exército de Drones’ foi criado.”
  • A Moldávia pode ser um dos próximos alvos da Rússia. A Presidente Maia Sandu acredita que Moscovo está a preparar um golpe de Estado no país, alerta que já tinha sido feito pelo Presidente ucraniano.

Rússia está a planear um golpe de Estado na Moldávia, diz a Presidente Maia Sandu

  • Kremlin instrui propagandistas a ignorar papel do grupo Wagner e de Yevgeniy Prigozhin na guerra, segundo fonte russa do New York Times.

Kremlin instrui propagandistas a ignorar papel do grupo Wagner e de Yevgeniy Prigozhin na guerra

  • Kiev, Kharkiv e Odessa serão tomadas até ao fim do ano, diz líder checheno. Ramzan Kadyrov, citado pela Sky News, diz acreditar que “100% da tarefa” atribuída ao exército será concluída. Para si, o erro seria negociar a paz com a Ucrânia. “Se nos sentarmos à mesa de negociações com Zelensky, sim, acho que isso está errado.”
  • “Não podíamos recuar sem ordens porque se não cumprirmos, somos mortos.” Prisioneiros que serviram como mercenários no Batalhão Wagner contam como eram tratados. Não era possível ajudar os feridos e tinham de prestar primeiros-socorros a si próprios. Quem não cumprisse era abatido a tiro.

Batalhão Wagner: “Não podíamos recuar sem ordens porque se não cumprirmos, somos mortos”

  • Rússia está a drenar reservatório de Kakhova, acusa a vice-primeira-ministra Iryna Vereshchuk. “É um ecocídio”, acusou no seu canal de Telegram. “É uma ameaça ao meio ambiente, ao abastecimento de água e à agricultura dos oblasts de Zaporíjia e Kherson.”
  • A informação é do regime da China, citado pela imprensa local. O diplomata sénior Wang Yi, conselheiro de Estado da China, irá fazer uma visita à Rússia nos próximos dias a convite de Moscovo. Wang Yi visitará também a França, a Itália, a Hungria e participará da 59.ª Conferência de Segurança de Munique na Alemanha. O périplo acontece entre os dias 14 a 22 de fevereiro, a convite dos diferentes governos dos países europeus.
  • Rússia está a construir um canal de água entre Rostov e Donbass, segundo o Ministério da Defesa da Rússia. Mais de 2.600 homens estão a construir uma infraestrutura que levará água de Rostov, Rússia, até à região ucraniana do Donbass, parcialmente ocupada pelos russos.
  • Moscovo manipulou informação para atrasar a entrega de armamento ocidental a Kiev. São campanhas de informação “discretas”, com o objetivo de apoiar objetivos estratégicos muito específicos e são utilizadas também para “minimizar perdas no campo de batalha” e criar condições para ofensivas russas. O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) alerta, no seu mais recente relatório, para estas campanhas de informação russas que têm um objetivo fundamental: “Dissuadir ou retardar o fornecimento de apoio material do Ocidente à Ucrânia.”

Instituto para o Estudo da Guerra. Rússia manipulou informação para atrasar entrega de armamento ocidental a Kiev

  • Novas imagens mostram que a Rússia está a reforçar as suas fortificações defensivas no centro de Zaporíjia, sul da Ucrânia. O aviso é do Ministério da Defesa do Reino Unido no seu relatório diário sobre o conflito armado.
  • Estados Unidos aconselham cidadãos a abandonar a Rússia imediatamente devido ao risco de prisões arbitrárias. Não é a primeira vez que os EUA fazem este alerta. A última vez foi em setembro, quando o Presidente russo anunciou a mobilização parcial.

Estados Unidos aconselham cidadãos a abandonar a Rússia imediatamente. Quem tem dupla nacionalidade pode ser mobilizado