A ministra da Defesa disse esta terça-feira que Portugal, neste momento, não pode fornecer mais armamento à Ucrânia, apesar do apelo do secretário-geral da NATO, porque tem de equilibrar o auxílio a Kiev com as capacidades portuguesas.
Questionada sobre o apelo que Jens Stoltenberg fez na segunda-feira para que os Estados-membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) enviem mais armamento a Kiev, Helena Carreiras concordou com o secretário-geral, mas defendeu “o equilíbrio”: “Nós ajudámos a Ucrânia, ajudámo-la com o material que podemos disponibilizar em cada momento, procurando o equilíbrio entre essa ajuda e a manutenção das nossas capacidades.”
Em declarações aos jornalistas na sede da NATO, em Bruxelas (NATO), Helena Carreiras acrescentou que o auxílio prestado por Portugal não é apenas visível nas doações de equipamentos, por exemplo, os veículos de combate Leopard 2, já que há “um conjunto articulado, que inclui treino, a manutenção e a sustentação destes meios”.
Em simultâneo, os Estados-membros que estão a auxiliar as Forças Armadas da Ucrânia têm de “pensar nas reservas de guerra, as munições, o desenvolvimento industrial”, em linha com o que Stoltenberg tinha dito na segunda-feira, quando exortou os países que compõem a aliança militar a aumentarem a produção de munições.
Portugal mantém o “final de março” como o prazo para entrega dos Leopard 2 e está a trabalhar com o Alemanha para conseguir colocá-los no território ucraniano por essa altura e a tempo da previsível grande ofensiva de Moscovo, prevista para o início da primavera.
Já na última sexta-feira, no final de uma cimeira extraordinária do Conselho Europeu, o primeiro-ministro, António Costa, reconheceu que enviar aeronaves de combate para a Ucrânia — respondendo ao apelo do Presidente Volodymyr Zelensky — não era uma “linha vermelha”, mas Portugal está impossibilitado de o fazer, uma vez que os aviões disponíveis estão todos empenhados.