Siga aqui o nosso liveblog sobre os sismos na Turquia e na Síria

A bebé “milagre” que nasceu sob os escombros, e perdeu toda a família, após os sismos em Aleppo, na Síria, sofreu três tentativas de rapto nas últimas 48 horas, denunciou esta quarta-feira o Observatório Sírio para os Direitos Humanos. Os incidentes levaram a que Aya — nome árabe para “um sinal de Deus” — fosse movida para “um local seguro”, de acordo com as autoridades de saúde.

Adolescente de 17 anos resgatada viva ao fim de 10 dias. Esteve 248 horas debaixo dos escombros de um edifício que ruiu

A última tentativa de rapto aconteceu na terça-feira, quando dois homens armados invadiram o Hospital Cihan, onde a bebé permanece internada, na localidade de Afrín, no norte da Síria. Os dois homens e um terceiro, enfermeiro do hospital, agrediram o chefe da unidade hospitalar com a aparente intenção de levar a bebé à força.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O líder da autoridade de saúde de Áfrin confirmou que Aya foi movida para um novo local, mas negou que tal se tenha devido a uma tentativa de rapto. “As alegações de sequestro foram um mal-entendido. Tudo isto foi um incidente interno do hospital, não teve qualquer ligação com a bebé”, referiu Ahmad Haji Hassan à BBC.

O Observatório Sírio afirmou que os assaltantes pertenciam à milícia turca Sultan Murad Brigade, que opera na zona, acrescentando que pretendiam entregar Aya a pessoas ligadas ao governo sírio “em troca de altíssimas somas de dinheiro”.

Bebé que nasceu debaixo dos escombros na Síria já tem nome

Segundo a denúncia do Observatório, vários grupos têm tentado raptar a bebé por razões financeiras, uma vez que o seu caso tem suscitado interesse internacional e já antes organizações tinham oferecido dinheiro para adotá-la, revelou em comunicado a organização não-governamental sediada no Reino Unido, e que tem colaboradores no terreno.

Aya tem sido acompanhada de perto desde o seu nascimento e pessoas de todo o mundo têm-se oferecido para ajudá-la; outras pessoas alegam falsamente serem parentes da criança, o que motivou vigilância policial no local, revelou fonte médica.

A mãe de Aya morreu após dar à luz após o terramoto de magnitude 7,8 que atingiu a Turquia e a Síria, assim como o pai e quatro irmãos.

Aya pode deixar o hospital nos próximos dias, de acordo com o seu tio-avô, Saleh al-Badran, que adiantou que a tia paterna da bebé, que deu à luz recentemente e sobreviveu ao terremoto, pretende criar a criança.