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O opositor russo Alexei Navalny garantiu esta segunda-feira que a Rússia está a sofrer uma “derrota militar” na Ucrânia e propôs um programa de quinze pontos para um pós-guerra sem o presidente russo, Vladimir Putin.

“O Presidente Putin lançou uma guerra agressiva e injusta contra a Ucrânia por razões ridículas”, referiu no documento que chamou de “Quinze pontos de um cidadão russo que quer o melhor para o seu país”, publicado na sua conta da rede social Telegram.

No programa de quinze pontos, Navalny garante que as causas do conflito são “problemas políticos e económicos na Rússia”, “o desejo de Putin de manter o poder a qualquer custo” e a aspiração do chefe de Estado russo de “ficar para a história como um czar-conquistador”.

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O líder opositor considerou a “derrota militar” da Rússia “inevitável”, denunciou “crimes de guerra” e chamou de “hipócritas” os apelos do Kremlin por um cessar-fogo e o estabelecimento de negociações com Kiev.

A combinação: guerra agressiva, mais corrupção, inutilidade dos generais, economia débil, heroísmo e grande motivação dos que se defendem tem como único resultado a derrota”, apontou.

O adversário de Putin, que no ano passado recebeu o Prémio Sakharov do Parlamento Europeu, apelou ao respeito pelas fronteiras internacionalmente reconhecidas da Ucrânia desde 1991, sublinhando a necessidade de “travar a agressão, acabar com a guerra e retirar todas as tropas russas do território ucraniano”.

Navalny recomendou dedicar uma parte das exportações russas de petróleo e gás para pagar reparações à Ucrânia pelos danos causados durante a campanha militar, que completará um ano em 24 de fevereiro.

O opositor negou que a maioria dos russos tenha uma “mentalidade imperial” e também negou que a Rússia precise de novos territórios, quando a sua população está reduzida e o campo está “a morrer”.

“Mais uma vez, as autoridades russas destroem o nosso futuro com as próprias mãos para que o país apareça melhor no mapa. A Rússia já é grande por si só”, sublinhou.

Na sua opinião, a única saída é “parar a guerra o mais rapidamente possível” para abrir caminho ao levantamento das sanções, ao regresso dos emigrados e ao restabelecimento do crescimento económico.

Um dos pontos principais do seu programa é “o desmantelamento do regime de Putin e a sua ditadura, idealmente através de eleições gerais livres”. Defendeu a “instauração de uma República parlamentar baseada na alternância do poder através de eleições justas, um judiciário independente, federalismo, autonomia local, plena liberdade económica e justiça social”.

Navalny, que prevê um fracasso das tentativas de Putin de coletivizar a culpa entre os russos, também enfatizou que a Rússia “deve fazer parte da Europa”.

Recentemente, o opositor foi encaminhado por seis meses para uma cela especial na prisão, onde não são permitidas visitas, apesar do seu delicado estado de saúde.

Em meados de janeiro, Navalni foi examinado por um médico depois de centenas de médicos terem alertado para o seu estado de saúde precário em carta aberta ao Presidente russo.

Em novembro passado, a Justiça russa rejeitou um recurso dos advogados de Navalni e confirmou a pena de nove anos de prisão por fraude e desacato.