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Os Estados Unidos acreditam que a Rússia realizou um teste com um míssil balístico intercontinental Sarmat, apelidado no ocidente como Satã II, perto da visita do Presidente Joe Biden à Ucrânia.

Dois oficiais norte-americanos revelaram à CNN que as autoridades russas notificaram Washington com antecedência, através dos canais de comunicação ao abrigo do tratado START III — o último grande acordo nuclear entre os dois países. Segundo as mesmas fontes, tratou-se de um teste de “rotina” e não representou um risco para os EUA.

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O momento exato do teste não é claro. Inicialmente os oficiais indicaram à CNN que o teste ocorreu durante a visita de Joe Biden à capital ucraniana, na segunda-feira. Entretanto um dos oficiais corrigiu a informação, adiantando que terá ocorrido pouco antes da chegada do líder norte-americano a Kiev. Uma outra fonte apresentou uma data diferente, apontando a realização do teste para sábado.

Ao contrário de tentativas anteriores, o teste com o míssil Sarmat terá falhado, antecipam as autoridades norte-americanas. Os oficiais consideram que, caso tivesse sido bem sucedido, teria sido um dos destaques do discurso do Estado da Nação do Presidente russo, Vladimir Putin, na terça-feira.

Não houve durante o discurso, que durou cerca de duas horas, qualquer menção ao míssil Sarmat, uma joia da coroa militar da Rússia. No entanto, Putin aproveitou a ocasião para anunciar a suspensão da participação russa no tratado START III, que previa a redução em cerca de metade das armas nucleares estratégicas.

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O tratado de 2010 era fundamental, porque previa a indivisibilidade da segurança, mas isso foi tudo esquecido. Os EUA saíram do acordo de defesa anti-míssil, as nossas relações degradaram-se”, afirmou Putin.

Os deputados da Câmara Baixa do Parlamento russo (Duma) já aprovaram esta quarta-feira a suspensão do tratado de controlo de armas, uma decisão que Moscovo garante que não vai aumentar o risco de um conflito nuclear. “Não  acredito que a decisão de suspender o Tratado START nos vá deixar mais perto de uma guerra nuclear”, afirmou o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo.

Por seu turno, os Estados Unidos criticaram a decisão, que o Presidente Joe Biden descreveu como um “grande erro”. Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou a que Moscovo e Washington recuperem o acordo.