Siga aqui o nosso liveblog da guerra na Ucrânia

O ministério da Cultura da Rússia anunciou esta terça-feira a criação de brigadas de agitação e propaganda em colaboração com o ministério da Defesa para elevar o ânimo das tropas em plena campanha militar russa na Ucrânia.

“Em vários locais, temos de visitar os rapazes durante a reabilitação, em outros organizar grandes concertos, pronunciar discursos em praças ou viajar pelas regiões”, indicou a ministra da Cultura Olga Luibimova em declarações à televisão pública.

Drone cai a 100 quilómetros de Moscovo

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Luibimova sublinhou que os artistas que vão integrar estas brigadas serão provenientes de diversas regiões, géneros artísticos e idades, apesar de não ter mencionado nomes concretos. Disse ainda que os artistas russos se vão dirigir ao ministério para “participar e contribuir para a causa como que melhor sabem e gostam de fazer”.

Diversas brigadas propagandísticas já visitaram as guarnições e polígonos militares onde os reservistas estavam a receber instrução militar no âmbito da mobilização parcial ordenada pelo Presidente Vladimir Putin. A Rússia reconheceu a morte de pelo menos 6.000 soldados no campo de batalha, apesar de outras fontes russas e estrangeiras se referirem a dezenas de milhares de baixas entre mortos e feridos em ação.

A ministra negou que tenha ordenado a elaboração de uma lista negra de escritores que se opõem à guerra e cujas obras seriam requisitadas nas bibliotecas, e onde se incluem Boris Akunin, Liudmila Ulitskaya, Joanne Rowling ou George Orwell, entre outros. Recentemente, Zelfira Tregulova, diretora da maior pinacoteca de Moscovo, a Galeria Tretiakov, foi substituída pela filha de um general do Serviço federal de segurança (FSB), que colaborou com o Presidente Vladimir Putin, antigo quadro dos anteriores serviços secretos soviéticos (KGB).

Vladimir Putin quer aumentar operações de espionagem russas no Ocidente: “Temos de dar uma resposta à altura”

Em agosto de 2022, deputados e senadores russos criaram um Grupo de Investigação de atividades antirrussas na esfera da cultura (GRAD), à semelhança da comissão criada pelo macarthismo para perseguir os comunistas nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial. Deputados e senadores russos criticaram diversas personalidades da cultura por promoverem valores e tendências ocidentais, que contrariam a moral tradicional promovida pelo líder do Kremlin, muito crítico com a defesa no ocidente das minorias sexuais e dos casamentos não tradicionais.

Estes responsáveis políticos também exortaram as instituições culturais a contrariar a cultura ocidental após os Estados Unidos e a União Europeia terem aprovado sanções contra a Rússia pela sua campanha militar na Ucrânia e tentarem perseguir a cultura russa no ocidente.