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A Rússia, em conflito com a Ucrânia há mais de um ano, está agora a usar partes de navios de guerra. A notícia foi avançada pelo jornal Telegraph, referindo ainda a dificuldade da potência liderada por Vladimir Putin em conseguir arranjar armamento.

Justin Crump, analista da Sibylline contactado pelo jornal britânico, explica que o uso de partes de navios de guerra antigos mostra que a frota naval russa não tem sofrido tantos danos como a vertente terrestre. Estes blindados são apelidados de “Frankenstein”.

Hamish de Bretton-Gordon, antigo comandante britânico, refere ao mesmo jornal já ter visto uma estratégia idêntica por parte do auto-proclamado Estado Islâmico na Síria. “O facto de um suposto exército de primeiro mundo estar a juntar diferentes peças de equipamento, [tal como fizeram] organizações terroristas como o Al-Qaeda e o ISIS, mostra o estado em que se encontra o exército russo”, explica.

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Um dos blindados em causa foi avistado no início de fevereiro, segundo a revista Forbes. O modelo MT-LB para duas pessoas e com quase 13 toneladas possuía uma canhoneira 2M-7, usada em navios bélicos. As peças mais antigas são de 1945, segundo o periódico inglês.

Estes veículos blindados só se tornam eficazes quando perto do inimigo. Uma metralhadora está capacitada a abater este tanque a uma distância de 1.4 quilómetros, reporta a Forbes.

Não é a primeira vez que se ouve falar das técnicas arcaicas das forças russas. No domingo, o Ministério da Defesa do Reino Unido reportou que em fevereiro, aquando de um ataque a um ponto seguro ucraniano, vários soldados russos estavam equipados apenas com pás e pistolas.

O mesmo órgão governamental comunicou na segunda-feira que oficiais da Rússia “continuam a responder às perdas de veículos blindados pesados, destacando blindados de batalha principais T-62 (MBT) com 60 anos”. O fim da produção deste modelo deu-se em 1973, tendo sido construídos 20 mil veículos deste género, revela o Military Today.

Além da junção de partes antigas em blindados MT-LB, os próprios T-62 sofrem uma clara desvantagem face ao material de guerra mais apetrechado da Ucrânia. O T-62 possui sensores, armadura, controlo de fogo e penetração de armadura muito inferior aos veículos ucranianos, de acordo com o Business Insider.

O Ministério da Defesa do Reino Unido refere também que a Rússia retirou do armazenamento cerca de 800 tanques T-62 desde 2022, de modo a reforçar a sua frota terrestre. Os blindados sofreram algumas alterações, sendo mais eficazes durante a noite. Em fevereiro, o Wall Street Journal estimava uma perda de mais de dois mil tanques das tropas russas desde o começo da invasão à Ucrânia.