Se encomendou um híbrido plug-in (PHEV) de qualquer uma das marcas do Grupo Volkswagen, cujo importador para Portugal é a SIVA/PHS, e há muito que aguarda a chegada da sua viatura, temos boas notícias: a espera está prestes a terminar, portanto, não desespere. Muito em breve, vai receber o seu novo carro. O Observador sabe que os atrasos nas entregas de PHEV já começaram a ser sanados e que a situação deverá voltar à normalidade este ano. O processo para regularizar as entregas e as vendas dos PHEV das diferentes marcas distribuídas pela SIVA/PHS já arrancou, confirmou-nos o managing director do importador, Rodolfo Florit.

Ainda a braços com a pandemia, a indústria automóvel foi fustigada pela crise dos chips, pela falta de cablagens e por diferentes tipos de falhas na cadeia de fornecedores. De uma forma ou de outra, todos os construtores de automóveis foram penalizados por este cenário adverso, decorrente em grande parte da invasão russa da Ucrânia, mas houve marcas mais afectadas que outras. O Grupo Volkswagen foi dos que mais severamente foi afectado pela chamada crise dos semicondutores, a ponto de se ver obrigado a retirar do mercado muitos dos seus híbridos plug-in, modelos de produção mais complexa e exigente do ponto de vista dos componentes, por associarem um motor a combustão a um motor eléctrico, sendo este alimentado por uma bateria. A crise dos microchips foi uma verdadeira dor de cabeça para a Volkswagen AG, pois não lhe permitiu dar resposta à procura numa fase em que os clientes se mostravam cada vez mais interessados em transitar para um modelo electrificado, o que originou longas listas de espera, com milhares de encomendas paradas devido à falta de uma ou de outra peça. Para se ter uma ideia do quanto isto afectou a lógica de produção do grupo, bastará ter presente que nem o Golf escapou. No final do ano passado, a produção do compacto alemão teve que abrandar, porque faltavam microchips necessários para o correcto funcionamento dos sistema de infoentretenimento, câmara de marcha-atrás e até para o selector da caixa… Talvez isso ajude a explicar o facto de, pela primeira vez nos últimos 14 anos, o Golf não ter sido o carro mais vendido da Europa.

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Conforme conseguimos apurar, o Grupo Volkswagen conseguiu finalmente assegurar um stock de microchips, pelo que os PHEV das suas diferentes marcas vão retomar a produção. “A prioridade vai, naturalmente, para os clientes que colocaram encomendas e que nunca desistiram da reserva. Esses são os primeiros a receber as suas viaturas. Aliás, já começámos a fazer isso”, adiantou-nos Rodolfo Florit. “Os PHEV que foram retirados do configurador das nossas diferentes marcas, porque a certa altura os prazos já atiravam as entregas apenas para 2024, vão voltar a poder ser encomendados”, assegura o administrador da SIVA. Desafiado a explicar, de forma mais concreta, o que podem esperar os clientes portugueses em relação aos PHEV de marcas como a VW, a Skoda e a Seat, Rodolfo Florit frisou que “todas as marcas do Grupo vão retomar a oferta que tinham anteriormente”. Recorde-se que há cerca de um ano, em mercados de peso como a Alemanha ou o Reino Unido, “desapareceram” modelos de interesse comercial inquestionável, caso do Golf e do Tiguan eHybrid, mas também PHEV da Seat, nomeadamente o SUV Tarraco, e da Skoda, que suspendeu as vendas do Octavia iV.

Por cá, toda a oferta PHEV da Volkswagen foi retirada do site da marca, o mesmo acontecendo com a Seat. Ao dia de hoje, no site da Skoda é possível configurar o Octavia e o Superb (berlina ou carrinha) com mecânica PHEV, sendo que a Cupra nunca cessou a oferta deste tipo de motorização, que disponibiliza no Leon (5 portas e Sportstourer) e no crossover Formentor. Visitando o site da Audi confirma-se que o A3, por exemplo, pode ser configurado com o PHEV de 204 cv da casa. O mesmo acontece com o Q3, Q5, A6 e A8. Apenas o Q7 e o Q8 PHEV foram retirados do configurador em Portugal e tal, segundo nos foi dito, deveu-se mais a uma opção da marca do que à racionalização de componentes.

Rodolfo Florit garantiu ao Observador que, “se não surgirem mais problemas relacionados com fornecedores”, a intenção do conglomerado germânico é aumentar paulatinamente a oferta. “Ainda há muitos clientes à espera”, assume, mas a situação já terá começado a ser regularizada. “Não podemos fazer os PHEV de todas as marcas de imediato, mas o plano é ir incrementando continuamente a produção, de forma a chegarmos ao final do ano com a oferta PHEV que tínhamos antes da crise dos chips e com capacidade para abastecer o mercado dentro de prazos mais curtos”, esclarece. “No segundo trimestre, a retoma da produção já vai produzir resultados, que se vão tornar ainda mais expressivos no terceiro e quarto trimestres de 2023”, antecipa o administrador da SIVA.