O Presidente norte-americano, Joe Biden, garantiu que os dirigentes dos dois bancos encerrados por dificuldades financeiras serão responsabilizados e prometeu manter “um sistema bancário resiliente”.
“Estou firmemente comprometido em exigir contas aos responsáveis por esta situação”, disse Biden, referindo-se ao colapso do Silicon Valley Bank (SVB) e ao encerramento do Signature Bank.
Silicon Valley Bank. Como se desenhou o maior colapso de um banco desde a crise financeira de 2008
Num comunicado divulgado no domingo pela Casa Branca, o chefe de Estado prometeu dirigir-se ao país esta segunda-feira para tranquilizar a população sobre o sistema bancário dos Estados Unidos.
“Irei falar sobre como vamos manter um sistema bancário resiliente para proteger a nossa histórica recuperação económica”, disse Biden.
O Presidente garantiu que “o povo norte-americano e as empresas norte-americanas podem ter a certeza de que os seus depósitos bancários estarão lá quando precisarem”.
Horas antes, os órgãos reguladores dos Estados Unidos tinham anunciado um plano para proteger os depósitos dos clientes do SVB.
O Departamento do Tesouro, a Reserva Federal (Fed) e a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) adiantaram, num comunicado conjunto, que os clientes terão acesso a todo o dinheiro depositado no SVB.
Com este plano, avançaram as três entidades, os contribuintes norte-americanos “não assumirão as perdas” do banco e os depósitos serão protegidos para “facultar o acesso ao crédito por parte das famílias e das empresas”.
Os reguladores também anunciaram o encerramento do Signature Bank, com sede em Nova Iorque, e prometeram que o mesmo plano será aplicado para reembolsar os clientes por todo o dinheiro depositado, adiantou a agência EFE.
O Signature Bank, que presta serviços financeiros principalmente a empresas de advocacia e ao ecossistema cripto, segundo os órgãos de informação especializados, tinha ativos de 110,36 mil milhões de dólares (102,86 mil milhões de euros) e depósitos de 88,59 mil milhões de dólares (82,57 mil milhões de euros) no final de 2022.
O Departamento de Serviços Financeiros de Nova Iorque está em contacto e coordenou com o FDIC o seu encerramento “à luz da evolução do mercado” e está a “seguir tendências” e a colaborar com as autoridades para “proteger os clientes” e “preservar a estabilidade do sistema financeiro global”, adiantou em comunicado.
O SVB, com sede na Califórnia, anunciou na quarta-feira que estava a tentar realizar um aumento de capital para ultrapassar as dificuldades financeiras.
O anúncio levou muitos clientes a retirar os fundos e os reguladores encerraram o banco na sexta-feira por falta de liquidez. Posteriormente, o preço das ações da empresa entrou em colapso, o que, por sua vez, afetou o setor bancário em geral, tanto nos Estados Unidos como em outros países.
A secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, tinha recusado no domingo um resgate federal do SVB, mas garantiu que o Governo estava a trabalhar para apoiar os depositantes da instituição.
A FDIC garante os depósitos até 250 mil dólares (233 mil euros), mas muitas empresas e clientes particulares do banco, conhecido pelas suas relações com startups de tecnologia e capital de risco, tinham mais do que esse valor depositado.
Esta foi a segunda maior falência bancária da história dos Estados Unidos, depois do colapso da Washington Mutual em 2008.