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O presidente da China, Xi Jinping, terá planos para visitar Moscovo já na próxima semana para um encontro com o homólogo russo, Vladimir Putin.
A notícia foi avançada pela Reuters, que cita fontes com conhecimento do assunto, poucos dias depois de Xi Jinping ter sido eleito para um terceiro mandato. A deslocação do presidente chinês à Rússia não é propriamente uma surpresa, já que em janeiro havia sido noticiado que o governante deveria fazer a viagem na primavera, depois de um convite de Putin.
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A última vez que os dois líderes estiveram juntos presencialmente foi durante a cimeira da Organização de Cooperação de Xangai na Ásia, que decorreu em setembro do ano passado no Uzbequistão. Os detalhes do próximo encontro não são para já conhecidos, numa altura em que o Ministério russo dos Negócios Estrangeiros ainda não confirmou a existência do mesmo. Questionado sobre a visita, o porta-voz do Kremlin disse apenas não ter nada para anunciar.
“Por norma, os anúncios de visitas oficiais estrangeiras são coordenados por acordo mútuo”, disse Dmitry Peskov na habitual conferência de imprensa. “Quando houver essa prontidão, vamos informar-vos”, acrescentou.
No final de fevereiro, Vladimir Putin não escondia a importância da deslocação: “Claro que estamos ansiosos pela visita de Xi à Rússia, já concordámos com antecedência.”
No mês passado o chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, fez uma visita oficial a Moscovo, durante a qual se encontrou com o líder russo. Uma fonte da Reuters indicou que um dos propósitos dessa viagem foi precisamente ajudar a preparar a deslocação de Xi Jinping.
Além da visita a Moscovo, Xi Jinping tem planos para um encontro virtual com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, segundo avança o The Wall Street Journal. Caso venha a realizar-se, será a primeira vez que os dois líderes conversam desde o início da invasão russa, há mais de um ano.
Em declarações ao jornal norte-americano, um oficial da Presidência ucraniana disse que a conversa ainda não está confirmada e que a data ainda não está fechada.
De acordo com o mesmo jornal, as reuniões com Putin e Zelensky estão a ser vistas como um esforço da China para ter um papel mais ativo no fim da guerra na Ucrânia. Esta tentativa surge depois de, no dia em que se assinalou um ano de guerra, Pequim ter defendido que um diálogo é a única forma de alcançar uma solução para o conflito e divulgado uma proposta de paz de 12 pontos.
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O plano chinês conta com o apoio de países como a Hungria, o Irão e a Bielorrússia, ao contrário da União Europeia e dos Estados Unidos, que criticaram a iniciativa. Kiev acolheu a proposta, mas sublinhou que seria sempre necessário que as tropas russas se retirassem completamente dos territórios ocupados. Já Moscovo considera que para já não existem condições na Ucrânia para uma solução pacífica.