Chama-se revumenibe o fármaco usado num ensaio clínico que levou à remissão completa da doença em 18 pacientes diagnosticados com leucemia mielóide aguda. Os resultados promissores foram publicados esta quarta-feira, 15 de março, em dois estudos na revista científica Nature. O ensaio também fez com que as células cancerígenas mostrassem a forma como geralmente atuam para resistir aos tratamentos.

O ensaio clínico de fase 1 foi conduzido por uma equipa de investigadores do Dana-Farber/Boston Childern’s Cancer and Blood Disorders Center, que trataram 60 pacientes entre 5 de novembro de 2019 e 31 de março de 2022.

“Os dois subtipos genéticos de leucemia aguda visados nesta investigação representam aproximadamente 40% de todos os casos de leucemia mielóide aguda em crianças e adultos”, escreve Scott Armstrong, um dos investigadores que assinaram o estudo.

Em 32 pacientes (53%), o revumenibe surtiu algum efeito, mas conseguiu fazer desaparecer todos os sinais de cancro em 18 pacientes (30%), sendo que 78% destes 18 tinha uma doença residual indetetável ao final de quase dois meses de remissão.

O medicamento, no entanto, não é eficaz em todos os casos, concentrando-se nos dois subtipos de leucemia em que a doença consegue progredir devido à presença da proteína menin. Nestes casos, o revumenibe liga-se a esta e inibe-a. Este mecanismo de ação é uma novidade na comunidade científica e pode ajudar perto de 400 mil pessoas, de acordo com Ghayas Issa, um dos médicos que participaram no ensaio, em entrevista ao El País.

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