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No 385.º dia de guerra as atenções continuam voltadas para a queda de um drone norte-americano que sobrevoava o Mar Negro, incidente que terá resultado de uma interação com um caça russo. As autoridades russas divulgaram planos para tentar recuperar o equipamento, que, segundo os Estados Unidos, pode nunca vir a ser alcançado.

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Esta quarta-feira também ficou marcada pela notícia de que as autoridades dinamarquesas detetaram um “um objeto” não identificado perto da zona em que, no ano passado, foram desencadeadas explosões nos gasodutos Nord Stream 1 e 2. A Rússia já foi informada da descoberta.

Estes são os principais acontecimentos que marcaram esta quarta-feira:

O que aconteceu durante a noite?

• O Presidente ucraniano disse que foi discutido com os aliados as necessidades ucranianas de armamento, ao nível de munições, artilharia, tanques e equipamentos de defesa aérea, para as quais foram encontradas “soluções”. “Isso é especialmente importante agora, quando sentimos que a agressão russa está a aproximar-se do ponto em que pode colapsar”, afirmou.
• A empresa estatal russa Transneft, que opera os oleodutos russos, disse que foram encontradas várias cargas explosivas por detonar lançadas por drones na estação Novozybkov, do oleoduto Druzhba, na região de Bryansk, vizinha da Ucrânia.
• A ministra da Defesa da Espanha anunciou que o país vai enviar para a Ucrânia outros quatro tanques de batalha Leopard-2, além dos seis que já tinham sido prometidos.
• Os serviços polacos detiveram seis indivíduos ligados a uma rede de espionagem russa, após a descoberta de dezenas de câmaras escondidas em rotas de transporte usadas para enviar armas para a Ucrânia, noticiou a RMF24. No mesmo dia o diretor da CIA encontrou-se em Varsóvia com o Presidente polaco para discutir a “situação de segurança atual”.
• O grupo mercenário russo Wagner anunciou que está a oferecer uma recompensa de 15 milhões de dólares (cerca de 14,2 milhões de euro) pela captura ou eliminação do ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto. A notícia surge depois de, no início desta semana, o governante ter acusado o grupo Wagner de expulsar migrantes.
• Durante a tarde decorreu uma nova reunião do Grupo de Contacto da Defesa da Ucrânia no formato Ramstein, um encontro que, segundo o ministro da Defesa ucraniano, “inspira otimismo”. Oleksii Reznikov mostrou-se confiante quanto ao fortalecimento da defesa aérea, o aumento do envio de munições e a formação de um “punho de ferro” com a receção de veículos blindados.
• O grupo Wagner disse ter capturado uma localidade a norte da cidade de Bakhmut. “Na ausência de munições e apesar da falta de projéteis, nas batalhas mais difíceis, as tropas estão a aumentar o cerco a Bakhmut. Zaliznianske foi tomada pelas forças do Wagner PMC”, afirmou.

O que aconteceu durante a tarde?

• A queda do drone norte-americano MQ-9 Reaper no Mar Negro foi provavelmente um ato não intencional da Rússia, disse o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano. O secretário de Defesa norte-americano discutiu o incidente com o ministro da Defesa russo. Em declarações à imprensa, Lloyd Austin revelou que deixou à Rússia um aviso para conduzir as suas operações de forma “segura e profissional”.
• O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia acusou os Estados Unidos de “ignorarem” as restrições ao espaço aéreo impostas pela Rússia nas regiões costeiras do Mar Negro, após a queda de um drone norte-americano durante uma interação com caças russos. Um alto funcionário ucraniano descreveu o incidente como um sinal da “prontidão” do Presidente russo em expandir o conflito na Ucrânia.
• O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, afirmou que o auxilio imediato dos Estados-membros à Ucrânia “marcou uma alteração do paradigma da União Europeia e desencadeou o nascimento da defesa europeia”.
• Aviões das forças aéreas do Reino Unido e da Alemanha intercetaram uma aeronave russa perto do espaço aéreo da Estónia, uma informação confirmada pelo próprio Ministério da Defesa Britânico.
• Na cimeira do G20, a Índia apelou aos países europeus que deixem para trás o tema da guerra e se foquem antes em assuntos como a pobreza mundial. “A nutrição foi afetada, a saúde foi afetada, a educação foi afetada, as pessoas estão a estagnar e só falamos da guerra da Rússia e da Ucrânia”, afirmou.
• O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Dinamarca revelou que foi encontrado “um objeto” não identificado nas imediações da zona onde ocorreram as explosões nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, em setembro do ano passado. As autoridades dinamarquesas já informaram o Presidente russo, que na terça-feira disse suspeitar que o objeto se trata de uma bomba.
• A Rússia prepara-se para contratar 400.000 novos militares profissionais para o esforço de guerra na Ucrânia, noticiou a Radio Free Europe. O Ministério da Defesa russo já terá inclusive enviado ordens para as diferentes regiões, indicando o número de contratos militares a serem assinados.

O que aconteceu durante a manhã?

• O Presidente da Finlândia tem viagem marcada para a Turquia e o encontro com o Presidente turco deverá acontecer já amanhã, 16 de março.  De acordo com fontes parlamentares turcas, que falaram à Reuters, a aprovação da adesão da Finlândia à NATO deverá acontecer ainda antes das eleições turcas, que estão marcadas para 14 de maio.
• A Ucrânia acusou militares russos de abuso sexual de uma criança de quatro anos e de violação da mãe. Os crimes terão ocorrido em março do ano passado.
• O ministério da Defesa da China avançou que o país vai dar início a exercícios militares conjuntos com a Rússia e com o Irão. Estes exercícios militares deverão acontecer no Golfo de Omã e deverão prolongar-se até ao próximo domingo, noticiou a CNN.
• Depois da colisão entre o drone americano e o caça russo, quando sobrevoavam o Mar Negro, Moscovo pediu a Washington o fim de “voos hostis”. O embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, disse que estes casos “são motivo de preocupação”, mas defendeu que as comunicações entre os dois países permaneçam.
• Em reação ao incidente com o drone, Ben Wallace, ministro da Defesa do Reino Unido, que está neste momento em Tóquio, pediu a Moscovo que respeite o espaço aéreo internacional.