Georg Gänswein, o ex-secretário de Bento XVI, está a tentar localizar os parentes vivos do papa emérito para lhes entregar a parte da herança que lhes corresponde. Joseph Ratzinger não deixou qualquer indicação no testamento sobre o destino da sua propriedade privada, pelo que cabe a Gänswein, como testamenteiro, contactar os seus herdeiros legais.

“Pensava que tinha apenas dois parentes, dois primos, mas descobrimos que tem cinco primos”, declarou o ex-secretário de Ratzinger no domingo, citado pelo ABC. “Agora, legalmente, devo escrever a esses primos por serem os parentes mais próximos e, conforme manda a lei, perguntar-lhes se aceitam ou não a herança.”

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O que pode tornar a decisão mais complicada para os potenciais herdeiros é o processo civil que está aberto desde junho do ano passado no tribunal de Traunstein e no qual Bento XVI está implicado, que envolve uma denúncia de abusos sexuais a menores. O caso foi denunciado por um homem de 38 anos e aconteceu quando este teria 11 ou 12 anos, altura em que Ratzinger era arcebispo de Munique.

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O papa emérito confirmou em novembro passado que estava disponível para testemunhar sobre se ele ou o seu sucessor, Friedrich Wetter, agiram corretamente ou se teriam encoberto o caso. No entanto, Bento XVI morreu a 31 de dezembro, antes de o poder fazer. Se se vier a provar algum tipo de envolvimento, os seus herdeiros legais poderão herdar também a possível, embora improvável, indemnização.

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