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O Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, afirmou esta segunda-feira contar com o compromisso do homólogo russo, Vladimir Putin, de, no caso de ocorrer uma agressão ocidental à Bielorrússia, a Rússia defender o país vizinho “como se fosse o seu próprio território”.
“Nas conversas [com Putin] ficou definido que, em caso de agressão contra a Bielorrússia, a Federação Russa defenderá a Bielorrússia como se fosse o seu próprio território. Este é o tipo de garantia de segurança de que precisamos”, disse Lukashenko, citado pela agência noticiosa estatal bielorrussa Belta.
Estas declarações surgem num momento em que o chefe de Estado bielorrusso assinalou que os dois países não podem “relaxar”, uma vez que a Polónia e a Lituânia querem invadir o país. “Começararm a mover-se na nossa direção”, alertou, acrescentando que o apoio russo é uma “grande ajuda”, protegendo a a União Estatal no flanco ocidental.
De recordar que Alexander Lukashenko deslocou-se na semana passada a Moscovo para um encontro com Putin e também para participar da reunião do conselho supremo da União Estatal, uma aliança que integra os dois países.
Liderada por Alexander Lukashenko desde 1994, a Bielorrússia, país vizinho da União Europeia (UE), está ligada a Moscovo por um tratado que criou a União Estatal. O tratado, que atualizou um acordo de 1997, foi assinado por Putin e Lukashenko em 8 de dezembro de 1999.
Na reunião da semana passada, os dois líderes abordaram principalmente questões de segurança no contexto da guerra na Ucrânia, desencadeada por uma ofensiva militar russa iniciada em 24 de fevereiro de 2022.
Esta segunda-feira, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, deslocou-se a Minsk para continuar as conversações sobre a segurança territorial da Bielorrússia.
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Segundo a Belta, Lukashenko agradeceu a Shoigu pela decisão de Moscovo manter tropas em território bielorrusso, “apesar de todas as dificuldades”.
Na mesma linha, Shoigu valorizou o facto de Minsk ter montado cinco campos de instrução militar em território bielorrusso destinados às tropas russas.
“Estão equipados, muito equipados. E têm um número suficiente de instrutores e oficiais das Forças Armadas envolvidos para treinar”, sublinhou Shoigu.
No final de março, o Presidente russo, Vladimir Putin, deu conta de um acordo para a instalação de armas nucleares táticas russas no território da Bielorrússia em resposta ao anúncio britânico do fornecimento de munições de urânio empobrecido às Forças Armadas ucranianas.
Já em abril, a Rússia indicou que a decisão de enviar armas nucleares táticas de curto alcance para a Bielorrússia constitui uma resposta à decisão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) de se aproximar das fronteiras russas.
Ucrânia ironiza: “É difícil imaginar um antílope a pedir garantias de segurança na boca do crocodilo”
O conselheiro da presidência ucraniana já reagiu ao acordo entre a Bielorrússia e a Rússia, em que Moscovo garante proteger o país vizinho como “se fosse o seu território”. “É difícil imaginar um antílope pedir garantias de segurança na boca do crocodilo”, ironizou Mykhailo Podolyak na sua conta pessoal do Twitter.
Hard to imagine an antelope asking for security guarantees in the crocodile's mouth. The only existential threat to ???????? is ???????? openly declaring the country's absorption & endangering ???????? (& not only) people with nuclear antics. Weird desires that require no longer political analysis
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) April 10, 2023
Para o responsável, a “única ameaça existencial” da Bielorrússia é a Rússia “declarar a absorção do país” e do povo com “táticas nucleares”. “Estranhos desejos que não requerem análise política”, rematou Mykhailo Podolyak.