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O chefe da Agência Internacional de Energia Atómica (AEIA) prepara-se para apresentar à União Europeia um acordo conjunto entre a Rússia e a Ucrânia para a proteção da central nuclear de Zaporíjia. Segundo a Reuters, o acordo será revelado sensivelmente dentro de um mês na próxima reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

De acordo com diplomatas ouvidos pela agência de notícias, o acordo “parece promissor”, e que o Rafael Grossi tem estado em contacto direto com a Suíça, onde se realiza a reunião do organismo da ONU. “O plano é apresentar [o acordo] este mês, mas a data exata ainda não foi fixada”, referiram as fontes.

Há já vários meses que a AIEA tem tentado mediar um acordo para reduzir a possibilidade de um desastre nuclear na central, a maior da Europa, como consequência da guerra. A central nuclear de Zaporíjia tem estado sob controlo russo desde o início do conflito, e afigura-se como um importante objetivo da contraofensiva ucraniana.

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AIEA “extremamente” preocupada com segurança da central nuclear ucraniana de Zaporijia

Kiev tem demonstrado alguma resistência a um acordo com a Rússia sobre a temática; no entanto, alguns diplomatas citados pela Reuters dizem que a posição do governo ucraniano mudou recentemente e que o país concordava agora com o plano da AIEA. Já a posição russa tem dividido opiniões, com algumas pessoas a descreverem os sinais de Moscovo como “pouco claros”.

O plano de Grossi deverá elencar as “regras” para a proteção da central, esperando-se até lá que Rússia e Ucrânia apoiem o plano. Alguns destes princípios, como a proibição de disparos na área da central nuclear, já são conhecidos.

O plano tem conhecido várias versões ao longo dos meses para acomodar as objeções dos dois lados do conflito. Originalmente, pretendia estabelecer uma “zona de proteção” de vários quilómetros à volta da central, mas essa ideia foi desde cedo abandonada.

Há, no entanto, quem ainda tenha dúvidas quanto à probabilidade de o documento ter sucesso. Dois diplomatas revelaram que parte do plano de Grossi inclui a proibição de todo e qualquer pessoal militar na central, um ponto ao qual a Rússia tem oferecido resistência.

Por outro lado, têm surgido questões quanto à capacidade de a AEIA garantir que o acordo é cumprido, dados os meios limitados à sua disposição. À Reuters, um diplomata descreveu a situação como “fluída”, podendo ainda mudar nos próximas semanas.

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