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O Presidente russo, Vladimir Putin, insistiu que a Ucrânia nunca existiu “na história da humanidade” até à sua “criação” pela União Soviética (1922), uma das razões para justificar a intervenção militar no país vizinho.
“As autoridades soviéticas criaram a Ucrânia soviética. Isso é uma coisa conhecida. E até essa altura não existia uma Ucrânia na história da humanidade”, defendeu Putin, durante um encontro com o presidente do Tribunal Constitucional da Rússia, Valeri Zorkin.
Video of Putin trying to use a map from the mid-17th century to justify Russia’s war of aggression against Ukraine.
Yes, we all know that Russia started its attempt to conquer Ukraine in 1654.
It doesn’t justify war in 2022 pic.twitter.com/Z0k45prrTd
— Visegrád 24 (@visegrad24) May 23, 2023
“Sabemos que estas terras eram parte de Rzeczpospolita [Polónia] e depois quiserem juntar-se ao Império de Moscovo. É apenas depois da Revolução de outubro, que alguns desenvolvimentos dos quasi-Estados começaram a emergir”, relatou o Chefe de Estado da Rússia.
Putin fez o comentário enquanto olhava para o mapa do Império Russo desenhado na França no século XVII, oferecido por Zorkin, que recebeu um prémio no Kremlin esta terça-feira.
De acordo com os media russos, neste mapa, vários territórios foram marcados como entidades independentes, como a Polónia ou a Lituânia, mas não a Ucrânia. Durante a cerimónia realizada no Kremlin, Putin sublinhou que parte do povo russo foi separada do resto do Estado devido a uma “injustiça histórica”, aludindo à divisão da URSS em 15 países independentes em 1991.
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“Mas eles nunca deixaram de ser o nosso povo”, explicou Putin, usando o mesmo argumento que tem repetido há vários anos.
O atual líder russo acredita que Kiev deveria agradecer ao fundador da URSS, Vladimir Lenine, por permitir a criação da República Socialista Soviética da Ucrânia. A URSS nasceu em dezembro de 1922 como um estado federal, quando o ponto 26 do tratado contemplava o direito de cada república de sair livremente da união, deixando russos e ucranianos em pé de igualdade.
Esta opção foi aproveitada por várias repúblicas para romper com o controlo do Kremlin no final dos anos 80 do século passado, o que levou ao desaparecimento da URSS. Putin não hesitou em acusar Lenine de ter colocado “uma bomba atómica sob o prédio chamado Rússia”, que “explodiu mais tarde”, ao reconhecer o direito à autodeterminação dos povos.
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