Siga aqui em direto a XIII Convenção do Bloco de Esquerda

Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda, entende que os socialistas apostam numa estratégia de “chantagem” com o eleitorado, servindo-se do Chega e da ameaça do regresso da direita ao poder para tentarem esvaziar os partidos à sua esquerda. O bloquista chega mesmo a dizer que o PS está a dar “gás à extrema-direita para se apresentar como seu contraponto”.

Em entrevista ao Observador, a partir da XIII Convenção do Bloco de Esquerda, Pedro Filipe Soares reconheceu que “é sempre difícil lidar” com esta estratégia. Ainda assim, desafiado a dizer se não tem receio que o PS continue a apostar na polarização com o Chega para esvaziar a sua esquerda, Pedro Filipe Soares sugeriu que essa narrativa se está a esgotar. “Está cada vez mais visível que a relação do PS com o Chega serve para favorecer essa chantagem. É uma chantagem que reduz a democracia e faz com que a direita ganhe força.”

[Ouça aqui a entrevista a Pedro Filipe Soares na Rádio Observador]

Lições da geringonça? “Não se conversa com o PS, vence-se o PS”, diz Pedro Filipe Soares

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Sobre o momento que o partido atravessa, o líder parlamentar não tem dúvidas: “Não tenho medo de eleições. Para o Bloco até seria positivo. Sentimos mais força a cada dia que passa. Se as eleições chegarem agora são de absoluta responsabilidade do Governo”, diz.

Quanto ao debate sobre acordos com o PS, Pedro Filipe Soares assume que o Bloco sofreu politicamente com a experiência da ‘geringonça’ e que isso se refletiu no resultado nas urnas.  “Sabíamos que o peso dessa decisão ia acompanhar-nos durante anos.”

Sobre futuras e hipotéticas alianças com os socialistas, Pedro Filipe Soares deixa tudo em aberto. “A realidade é dinâmica. A relação com o PS neste momento é quase de confronto total. O PS não se convence; vence-se.”

Pedro Filipe Soares falou ainda sobre o futuro de Catarina Martins. “Não sai porque o partido se chateou com ela. O partido vê nela um ativo eleitoral. E ela não entregou os papéis para a reforma. O futuro passará também por Catarina Martins. Não há pessoas dispensáveis.”