O primeiro-ministro rejeitou esta sexta-feira comentar as declarações do Presidente da Turquia sobre as possibilidades de adesão da Suécia à NATO, mas considerou que Estocolmo já cumpre todas as condições.

“Não vou comentar essas declarações, são dois temas diversos, a Suécia preenche todas as condições para poder aderir à NATO“, referiu António Costa, em declarações aos jornalistas depois de visitar um contingente português destacado na Base Aérea de Siauliai, a cerca de 200 quilómetros de Vílnius, capital da Lituânia.

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, disse esta segunda-feira que a adesão de Estocolmo à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) estava dependente da adesão de Ancara à União Europeia (UE).

Questionado sobre se as declarações de Erdogan são uma chantagem à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e à União Europeia, o primeiro-ministro comentou apenas “que é natural que cada país procure defender os seus interesses de acordo com aquilo que são as melhores condições que se apresentam em cada momento”.

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“Há uma vantagem que todos temos, que é amanhã (esta terça-feira) podermos ouvir o Presidente Erdogan em pessoa a pronunciar-se sobre esse ponto, que é logo um dos primeiros pontos”, completou.

O Presidente turco admitiu esta segunda-feria que Ancara pode vir a aprovar a adesão da Suécia à NATO se os países europeus “abrirem caminho” à Turquia a entrar na UE.

“A Turquia está à espera à porta da União Europeia há mais de 50 anos e quase todos os países membros da NATO são agora membros da União Europeia. Estou a fazer este apelo a esses países que deixaram a Turquia à espera, às portas da UE, durante mais de 50 anos”, disse Erdogan.

“Abram o caminho para a adesão da Turquia à União Europeia. Quando abrirem o caminho para a Turquia, nós abriremos o caminho para a Suécia, tal como fizemos com a Finlândia”, acrescentou.

A Turquia é um país candidato à adesão à UE desde 2005, mas esta candidatura tem estado bloqueada devido ao que Bruxelas considera o retrocesso democrático de Ancara e aos litígios com o Chipre, membro do bloco europeu.